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Bancos dizem que aumento das comissões "é normal"

11 ago, 2015

É a resposta do sector às críticas da Deco. Saldo deixará de ser critério para comissões de manutenção de conta assim que forem feitos "ajustamentos informáticos".

Bancos dizem que aumento das comissões "é normal"
A Associação Portuguesa de Bancos (APB) afirma que as entidades bancárias são livres de fixar os preços dos seus produtos e serviços. É a resposta do sector às críticas da Deco ao aumento das comissões bancárias.

À Renascença, Catarina Cardoso, da APB, realça que os preçários publicados não são necessariamente os valores cobrados aos clientes, mas apenas os tectos máximos praticados. Mas, admite a representante do Centro de Assessoria Económica e Financeira da APB, a subida dos valores cobrados aos clientes é normal e justifica-se com a conjuntura.

"As comissões são uma parte importante das receitas da actividade bancária. Têm de contribuir, por um lado, para o financiamento da globalidade das despesas das instituições e, por outro lado, para geração de proveitos", explica.

"Num contexto actual de pressão sobre a margem financeira, por via das condições económicas adversas e do contexto de baixas taxas de juro, é normal que se possa assistir a um aumento de comissões", acrescenta. 

Quanto às queixas da Deco de que não está a ser cumprida a recomendação do Banco de Portugal para que as comissões de manutenção de conta deixem de ser cobradas em função do saldo, Catarina Cardoso diz que tal recomendação será cumprida, mas é preciso fazer ajustamentos informáticos

"Cumprir essa recomendação do Banco de Portugal significa que os bancos precisam de fazer alterações aos seus sistemas informáticos. Essas alterações requerem tempo. Há deveres de comunicação aos clientes que têm de ser cumpridos, há prazos a cumprir e, portanto, há instituições que já conseguiram pôr em prática a recomendação do Banco de Portugal e há outras que estão a trabalhar nesse sentido."

"A informação de que a APB dispõe é que os bancos irão cumprir a recomendação do Banco de Portugal de abandonar o saldo médio como critério para fazer variar a comissão de manutenção", garante.