Salpicão de cereja. Já provou?

A ideia partiu de António Mauritti, que está a colaborar no trabalho de pesquisa sobre produtos regionais do concelho.  Este 'chef', do Litoral, mudou-se há pouco mais de um ano para Alfândega da Fé, com a mulher e o filho de seis anos.

Maria de Lurdes Ferreira, 59 anos, natural de Sambade, confessa que começou por “estranhar” o desafio, mas aceitou porque “gosta de experimentar coisas novas”. Agora, depois de confeccionados e provados os primeiros enchidos, diz que “estão aprovados”.

O fabrico do novo enchido não é difícil, “leva o mesmo tempero, só se acrescenta a cereja”. E a secagem “também é igual à dos outros enchidos”, explica a produtora, acrescentando que o salpicão de cereja deve ser consumido fresco e tem um sabor agridoce.

“As pessoas estranham no princípio, mas depois gostam”, assegura.

António Mauritti tem em Alfândega da Fé um projecto próprio ligado aos produtos regionais e está a trabalhar com produtores e restauração, em colaboração com autarquia, no mesmo sector. Recentemente lançou o desafio a uma produtora de fumeiro para confeccionar o novo salpicão para paladares adeptos do agridoce.

Inovação e criatividade 
Na edição deste ano da Festa da Cereja de Alfândega da Fé, que arranca esta sexta-feira e vai até domingo, os visitantes vão ser surpreendidos com produtos inovadores à base de cereja.

Para além do salpicão, a festa vai oferecer o nitrogelado de cereja, produzido com leite de cabra ou ovelha de Alfândega da Fé, a partir de gelo seco. As compotas, os licores, os bolos completam os sabores à base de cereja e não vai faltar aquela que já é uma presença assídua no certame: a Cerveja de Cereja.

“Estas são formas apelativas e inovadoras de acrescentar valor a produtos tradicionais, fazendo de conjugações improváveis, como é o caso do salpicão e da cereja, forma de afirmação, projecção do concelho e de dinamização da economia local”, refere a presidente da autarquia, Berta Nunes, acrescentando que, “para além disso, mostra-se que a cereja, além de ser deliciosa quando consumida em fresco, associada a outros produtos torna-os ainda mais apetecíveis e pode ser presença assídua, ao longo de todo ano, na mesa dos portugueses”.

Farnel que sabe a Alfândega da Fé
E que tal pegar em todos estes produtos e fazer deles ingredientes principais de um piquenique com sabor a cereja? É o desafio da organização a quantos se deslocarem à vila do distrito de Bragança.

Na festa vão estar cestos de piquenique recheados com o que de melhor tem o concelho, um cesto “que sabe a Alfândega da Fé” e que pode servir de pretexto para uma visita mais demorada pela região.

A ideia passa por reunir num “farnel” produtos característicos de Alfândega como a cereja, o azeite, a cerveja, o salpicão de cereja, e o queijo e convidar os visitantes a fazer uma viagem pelos sabores daquele território, em contacto com os pomares e a paisagem.

O programa da festa é ainda complementado com actividades desportivas e culturais. Destaque para o encontro de pastores, para o primeiro concurso de ovinos e caprinos, para a prova desportiva, 1º subida da Serra de Bornes - 4ª etapa do Circuito nacional de montanha 2015 - e para o seminário “Novos Desafios na Cereja”.

O espetáculo de Manecas Costa, a 5 de Junho, dos GNR, a 6 de Junho, e as actuações de DJ’s na tenda multiusos complementam a oferta dos três dias da Festa da Cereja.