Tempo
|

Ministra nega que tenha defendido cortes nas pensões

27 mai, 2015

Maria Luís Albuquerque esteve na Assembleia da República para responder a um debate de actualidade pedido pelos socialistas.

Ministra nega que tenha defendido cortes nas pensões

A ministra das Finanças esclarece, no Parlamento, que não falou em cortar as pensões. Maria Luís Albuquerque, que participou esta quarta-feira no debate sobre Segurança Social a pedido do PS, reconheceu, no entanto, que a sustentabilidade da segurança social está em causa.

“O Governo, na minha pessoa ou na de qualquer outro dos membros do Governo, não disse que tem de haver cortes nas pensões. Nós temos um problema de sustentabilidade da Segurança Social que está, aliás, já reconhecida pelo próprio PS”, disse.

A governante acrescentou que o que o PS faz é apresentar um conjunto de propostas que o agravam de uma forma que, seja qual for a fonte dos cálculos, é sempre muito superior a 11 mil milhões de euros”.

Na resposta, o PS, através de Vieira da Silva, disse que as explicações da ministra das Finanças não convencem. "Há uma dúvida que ficou esclarecida. A proposta da maioria e do Governo, nos próximos anos, consiste numa de duas coisas: cortes nas pensões ou aumentos da carga fiscal ou contributiva. Estaremos sempre disponíveis para o debate, mas agora é entre as forças políticas e os partidos. Estamos à espera das propostas dos partidos da maioria para serem debatidas quando tiverem coragem de pô-las no papel".

A ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, tinha dito, na noite de sábado, que o processo de garantia da sustentabilidade da Segurança Social pode passar por reduções nas actuais pensões, se tal significar uma melhor redistribuição do esforço.

Durante uma sessão de perguntas e respostas em Ovar, no âmbito do evento "Aveiro em Formação" da Juventude Social-Democrata do distrito, a ministra disse que "é honesto dizer aos portugueses que vai ser preciso fazer alguma coisa sobre as pensões para garantir a sustentabilidade da Segurança Social".

"E essa alguma coisa pode passar, se for essa a opção, por alguma redução mesmo nos actuais pensionistas. Se isso for uma distribuição mais equilibrada e razoável do esforço que tem de ser distribuído entre todos, actuais pensionistas, futuros pensionistas, jovens a chegar ao mercado de trabalho, se essa for a solução que garante um melhor equilíbrio na distribuição desse esforço, é aí que nos devemos focar", afirmou Maria Luís Albuquerque.

A ministra sublinhou que "a sustentabilidade da Segurança Social é algo que tem de se resolver com tempo", de modo a que "as soluções não sejam demasiado agressivas numa situação de ruptura, para que [se possam] preservar as pensões mais baixas, para que não [se tenham] de pedir contribuições a quem tem menos".

"Fazer a promessa de que não fazemos nada para aqueles que já são pensionistas e que vamos fazendo tudo sobre os que lá chegarão no futuro é de uma enorme injustiça", acrescentou.