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Lino Maia. Ambiente de confiança ainda não chegou aos mais carenciados

06 mar, 2015

Presidente da Confederação das Instituições Particulares de Solidariedade Social apela aos agentes políticos que garantam a continuidade do trabalho das instituições, de modo a não comprometerem o apoio social.

A recuperação económica ainda não tem reflexos na esfera social, afirma à Renascença o presidente da Confederação das Instituições Particulares de Solidariedade (CNIS), no dia em que as instituições se reúnem no seu 1º Encontro Nacional.

“Não, não há sinais. Nós estamos com os mais carenciados, que não sentiram um melhor poder de compra e têm continuado a pedir apoio. Nota-se, de facto, um ambiente de mais confiança, mas ainda sem reflexos nas pessoas em concreto”, afirma o padre Lino Maia.

O presidente da CNIS apelou aos agentes políticos que garantam a continuidade das medidas de apoio aos desfavorecidos, mantendo a cooperação com as instituições.

“Quanto melhor for a cooperação, melhor serviremos a população, porque ao longo destes anos – sempre, mas particularmente nestes anos de crise, em que ‘troika’ quis criar e criou alguns problemas – continuámos a prestar bons serviços, fomos o sector que melhor serviu a população, foi a verdadeira almofada social do país e penso que é importante que isto continue para servir populações”, argumentou.

Também esta sexta-feira, e em declarações à Renascença, o secretário de Estado da Segurança Social, Agostinho Branquinho, reconheceu que o trabalho desenvolvido pelas instituições sociais foi fundamental para minimizar o impacto da crise económica e financeira.

A desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres em Portugal aumentou nos últimos anos, revelou o relatório do Instituto Nacional de Estatística sobre condições de vida. No documento lê-se que o rendimento dos 10% da população com maiores recursos era, em 2013, 11 vezes superior ao rendimento dos 10% com menores recursos.