O Presidente russo, Vladimir Putin, anunciou um acordo de cessar-fogo no leste da Ucrânia. O entendimento foi alcançado após 16 horas de difíceis negociações, que tiveram lugar em Minsk, na Bielorrússia.
As tréguas entram em vigor a partir do próximo domingo, dia 15, define o entendimento alcançado esta quinta-feira de manhã pelos chefes de Estado da Ucrânia, Rússia, Alemanha e França.
"Conseguimos alcançar um acordo em relação às principais questões", revelou o Presidente russo nas primeiras declarações aos jornalistas.
Vladimir Putin concordou com a retirada de armamento pesado da zona de fronteira entre a Ucrânia e a Rússia.
O Presidente russo sugere ainda ao Governo de Kiev uma revisão da Constituição ucraniana, de modo a garantir o respeito pela população do leste do país.
Há também acordo entre ambas as partes para a libertação de todos os prisioneiros de guerra num prazo máximo de 19 dias.
A cimeira de Minsk juntou na mesma mesa Vladimir Putin e os presidentes da Ucrânia Petro Poroshenko e da França François Hollande e a chanceler alemã Angela Merkel.
"Não foi nada fácil"
De acordo com o Presidente Poroshenko, a Ucrânia foi confrontada com "todo o tipo de condições inaceitáveis" e o acordo alcançado em Minsk "não foi nada fácil".
O grupo de contacto, formado por emissários ucranianos, russos e representantes da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE),
"assinou o documento que preparámos", indicou Petro Poroshenko.
Os quatro presidentes manifestaram o respeito pela soberania da Ucrânia e integridade territorial, avança fonte do Kremlin citada pela agência Reuters.
Numa primeira reacção internacional a este acordo, o porta-voz da chanceler Angela Merkel diz que o cessar-fogo assinado esta manhã é uma porta de esperança para o fim da guerra.
Em Setembro do ano passado as partes em conflito assinaram um acordo de cessar-fogo, que nunca foi inteiramente respeitado e os combates subiram de tom nas últimas semanas.
De acordo com o último balanço das Nações Unidas, os conflitos entre os separatistas pró-russos e as forças de Kiev, que começaram em Abril do ano passado, já fizeram mais de cinco mil mortos e 11 mil feridos.
[notícia actualizada às 11h40]