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Sector dos moldes sem desemprego. Técnicos qualificados precisam-se

26 jan, 2015

Empresas têm feito acordos com politécnicos e universidades, no sentido de admitirem jovens para realizarem estágios e encetarem o processo de recrutamento. Mas não chega.

O sector dos moldes não regista desemprego e continua a precisar de mais técnicos qualificados, afirma o presidente da Associação Nacional da Indústria de Moldes (Cefamol).

"Felizmente, no nosso sector, não existe desemprego", afirmou à agência Lusa João Faustino, acrescentando que devido "ao crescimento que o sector teve nos últimos anos" não há "mão-de-obra disponível no mercado para fazer face às necessidades das empresas".

Segundo João Faustino, as empresas têm feito acordos com politécnicos e universidades no sentido de admitirem jovens, primeiro para realizarem estágios e depois encetarem o processo de recrutamento.

"Ainda assim não chega", constatou o dirigente, apontando, além de quadros com formação superior, a necessidade premente de técnicos com formação profissional.

Destacando a existência de acções no sentido de divulgar o sector e a engenharia no ensino secundário, o presidente da Cefamol, associação que completou 45 anos em 2014 e conta com 135 associados, afiançou que jovens recém-formados com "valências com capacidade para trabalhar nesta actividade têm emprego".

A necessidade de recursos humanos é tão mais urgente quando se constata o investimento que a indústria de moldes tem realizado.

"De uma maneira geral, o sector tem investido bastante nos últimos anos em novas tecnologias e novos equipamentos, mas também surgem diversos projectos de ampliação ou construção de novas instalações", salientou a Cefamol.

Para João Faustino, o investimento "espelha um pouco a esperança na actividade da empresa", mas também "o que tem sido os últimos anos face ao crescimento e o desafio que as empresas têm encontrado para se posicionarem tecnologicamente numa vertente mais produtiva e mais acelerada para responder às necessidades que são solicitadas".

Questionado sobre que medidas gostaria que o Governo tomasse para o sector, João Faustino reconhece a importância de se "facilitar a abertura de portas em mercados internacionais", notando haver "muitas dificuldades" em chegar ao mercado brasileiro.

"Cobra-se uma taxa de importação muito elevada e isso faz com que os moldes portugueses depois percam a competitividade", declarou João Faustino, esperançado na diminuição das taxas aduaneiras, mas admitindo que esta tenha de ser uma acção concertada ao nível da União Europeia.

A nível fiscal, considera importante ultrapassar a questão de reaver o IVA por parte das empresas que produzem moldes que ficam no país.

"A empresa só para reaver o IVA envia o molde ao seu cliente [para o estrangeiro] e o cliente exporta para Portugal", declarou, considerando que este obstáculo "deveria ser eliminado" no mais curto espaço de tempo.

A Cefamol pede, ainda, a definição quanto ao 'cluster' "Engineering & Tooling", "na continuidade de uma estratégia já iniciada de promoção dos moldes nacionais no estrangeiro e no desenvolvimento tecnológico desta indústria".