06 jan, 2015
Há ambulâncias a ficar retidas no hospital Torres Vedras por falta de macas, comprometendo o socorro às populações, denunciam as corporações de bombeiros de concelhos do Oeste
"A situação é mesmo caótica e tem retido várias ambulâncias dos corpos de bombeiros. Não estamos a falar numa ou duas ambulâncias, mas cinco por exemplo no domingo, por falta de macas no hospital”, disse à agência Lusa o comandante dos bombeiros da Lourinhã, Carlos Pereira.
De acordo com a mesma fonte, todos os doentes transportados de emergência para a urgência do hospital de Torres Vedras ficam em cima da maca dos bombeiros "horas esquecidas até serem atendidos, paralisando as ambulâncias".
O administrador do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), Carlos Sá, justifica a falta de macas com o "período de gripes em que houve um aumento de doentes na urgência, o que leva a um atraso na entrega de macas".
Socorro "posto em causa"
O "caos", que os bombeiros dizem que se arrasta desde há um mês, é também confirmado pelo comandante dos bombeiros de Torres Vedras, Fernando Barrão. No caso de Torres Vedras, só não se tem agravado porque a corporação dispõe de algumas macas suplentes.
A situação está a ter menos impacto junto das corporações do Cadaval e de Mafra, cujos concelhos são também servidos pelo hospital de Torres Vedras. Ainda assim, os respectivos comandantes confirmam que no último mês já "houve casos de ambulâncias retidas".
As corporações alertam que o socorro às populações "está a ser posto em causa", uma vez que algumas já ficarem sem ambulâncias disponíveis nos quartéis e tiveram de pedir ajuda a outras corporações.
Em declarações à Renascença, o presidente da Liga dos Bombeiros diz que a situação não é exclusiva da região Oeste. Acontece um pouco por todo o país "quando há picos de gripe ou de outras doenças", afirma Jaime Marta Soares.
"Muitas vezes, estamos sem equipamentos para poder responder de imediato a outras solicitações que nos são feitas, porque as ambulâncias, estando retidas uma, duas e às vezes três horas, num parque de um hospital, sem razão aparente e da responsabilidade total do hospital, isto não pode continuar assim. É uma situação nacional", sublinha.
[Notícia actualizada às 09h36]