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Palhaças de todo o mundo, uni-vos nos Açores!

20 dez, 2014

O primeiro festival internacional de mulheres palhaças acontece em São Miguel e é organizado por uma palhaça açoreana.

Se uma palhaça faz rir muita gente, um grupo internacional de palhaças faz rir muitas mais. Este ano a ilha de São Miguel nos Açores acolhe o primeiro festival internacional de palhaças.

O objectivo é criar uma rede mundial de mulheres palhaças, estabelecendo uma maior ligação entre todas as profissionais do ramo, explicou à agência Lusa, Maria Simões, das Descalças Cooperativa Cultural, organizadora do evento e a única mulher nos Açores com esta profissão.

"Tal como noutras áreas, é um trabalho ainda muito invisível e, portanto, se estivermos mais juntas, cremos que isso vai dar maior visibilidade ao trabalho das palhaças", afirmou.

O festival Bolina vai decorrer de 30 de Janeiro a 1 de Fevereiro em Ponta Delgada e vai oferecer às suas participantes oficinas de formação e intervenções em várias instituições, mas haverá também espectáculos de rua e outras iniciativas.

Uma palhaça em casa
Aos habitantes da ilha é feito um convite: Para minimizar custos, a organização apela aos moradores para, se puderem, acolherem em sua casa uma participante do festival, assegurando o alojamento e as refeições.

"As palhaças vêm trabalhar, dar alegria, sorrisos, mostrar outra forma de olhar o mundo e recebem a possibilidade de conviver com uma família, durante a semana em que estão cá. Isso também tem um lado positivo de integração das artes na vida das pessoas em geral, para que a arte não seja uma coisa elitista", referiu Maria Simões, alegando que o que está em causa é uma troca entre ambas as partes envolvidas.

Apesar das inscrições decorrerem até 15 de Janeiro, Maria Simões revelou haver já muitas manifestações de interesse em participar no Bolina, sobretudo de palhaças do continente americano e europeu, dada a posição geográfica dos Açores, mas lamentou o pouco apoio institucional no arquipélago.

"Independentemente de ter um apoio residual da Direcção Regional da Cultura, este é um festival que está a ser auto-sustentado. As participantes vão pagar as suas despesas, nomeadamente no que diz respeito aos transportes, e nós sabemos que é extraordinariamente difícil e, por isso, se calhar, vai ter pouca participação", afirmou Maria Simões, acrescentando que todo o trabalho que as palhaças desenvolverem durante o festival será gratuito.

Embora o festival decorra entre 30 de Janeiro e 1 de Fevereiro, haverá uma pré-festival entre 26 e 29 de Janeiro, mais destinado à formação das palhaças e do público em geral, visitas a instituições e saídas de rua, ficando os três dias do festival mais destinados aos espectáculos propriamente ditos, que vão decorrer em vários locais.