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Ferro Rodrigues agita plenário ao elogiar José Sócrates

31 out, 2014

Paulos Portas criticou "assombração" socrática e defendeu documento diferente, mas não "anti-troika". 

Ferro Rodrigues agita plenário ao elogiar José Sócrates
Na resposta, Paulos Portas criticou "assombração" socrática.
O presidente do Grupo Parlamentar do PS sustentou que o ex-primeiro-ministro José Sócrates "resistiu até ao limite" ao resgate financeiro e defendeu que o ex-líder António José Seguro acertou nas consequências da política deste Governo.

A referência directa a José Sócrates foi um dos momentos de maior agitação no plenário, na Assembleia da República, durante a intervenção de Ferro Rodrigues na sessão de encerramento do Orçamento do Estado para 2015, com deputados socialistas a aplaudirem as palavras de Ferro e as bancadas do PSD e CDS a protestarem de forma ruidosa.

"Então, como agora, os partidos da coligação juravam que nada tinham a ver com a austeridade e com o acordo com a 'troika' (Banco Central Europeu, Comissão Europeia e Fundo Monetário Internacional), quando, na verdade, já com eleições marcadas, prepararam, incentivaram, instigaram, exibiram, negociaram, assinaram e comemoraram o memorando de entendimento", começou por referir o ex-secretário-geral do PS, antes de elogiar directamente o seu sucessor na liderança deste partido (2004/2011).

"Um pedido de ajuda contra o qual muitos se bateram até aos limites de forças e possibilidades. E aqui há que salientar uma pessoa, um nome: José Sócrates", especificou Ferro Rodrigues.

Decaordo com o presidente do Grupo Parlamentar do PS, logo no início da presente legislatura, o PS começou a "avisar, pela voz de António José Seguro, para as consequências da política orçamental".

Portas critica "assombração" socrática
O vice-primeiro-ministro defendeu que o Orçamento para 2015 não é "anti-troika", mas "é diferente" do "ciclo da troika", e atacou o PS por não rever o passado e trazer a "assombração" Sócrates para o debate.

"Ouvimos ontem a oposição dizer que este Orçamento é mais do mesmo. Ninguém no seu são juízo esperaria que o primeiro Orçamento depois da 'troika' fosse um Orçamento anti-troika, não estamos para aventuras. Mas bem pode a oposição evoluir no discurso, o primeiro Orçamento depois da 'troika' é diferente dos orçamentos do ciclo da 'troika'", afirmou Paulo Portas.