Crato diz que ser ministro não "é o trabalho mais confortável do mundo"
21 out, 2014
O ministro da Educação continua a ser alvo de críticas, devido à falta de professores nas escolas, seis semanas após o início do ano.
Nuno Crato lembrou "três ou quatro" medidas de que o seu "ministério se orgulha", admitindo que ser ministro "não é o trabalho mais confortável do mundo".
O ministro falou durante a cerimónia de encerramento da conferência "Os Direitos da Criança - Prioridade para quando?", depois do discurso de Ricarda Marcelino, uma jovem de 15 anos representante do Instituto de Apoio à Criança (IAC) , que nasceu no bairro social de Chelas. Ricarda contou a sua história, as dificuldades e a discriminação - muitas vezes feita de forma inconsciente - de que foi alvo ao longo da sua vida.
No final, a aluna do 10.º ano de um curso vocacionado para a agricultura, anunciou que iria continuar a estudar para atingir o seu sonho: "Ser ministra da Agricultura", revelou.
Nuno Crato gracejou dizendo que "por momentos" pensou que Ricarda iria dizer que queria ser ministra da Educação e perante tal hipótese deixou um conselho: "Eu garanto que não é o trabalho mais confortável do mundo", afirmou o ministro que continua a ser alvo de críticas, devido à falta de professores nas escolas, seis semanas após o início do ano.
Um dia após o primeiro-ministro ter confirmado que Nuno Crato tinha posto o seu lugar à disposição, o ministro da Educação e Ciência (MEC) lembrou algumas das iniciativas de que se orgulha.
O alargamento da rede pré-escolar, a alteração do currículo para o 1.º ciclo, a redução das taxas de abandono escolar e as vias profissionalizantes do ensino secundário foram algumas das medidas apontadas por Nuno Crato.
"Temos aqui três ou quatro coisas de que o ministério se orgulha muito", concluiu o ministro da Educação, no final da cerimónia realizada no parlamento e organizada pelo Instituto de Apoio à Criança (IAC).
Segundo dados citados por Nuno Crato, 99% das crianças com cinco anos frequentam o ensino pré-escolar e quase metade dos alunos do ensino secundário (47%) já opta pela via profissionalizante em alternativa ao ensino regular.
Lembrou ainda a estruturação do currículo do 1.º ciclo, sublinhando que o seu ministério "deu uma atenção especial ao 1.º ciclo", por considerar que as bases dos primeiros anos de escolaridade "são decisivas" e podem permitir aos alunos "enfrentar tudo com mais solidez".