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Banco de Portugal considera “provável” aumento de capital do BES

18 jul, 2014

O governador do banco central estima que a operação recorre apenas a recursos privados.

O governador do Banco de Portugal, Carlos Costa, considerou esta sexta-feira, no Parlamento, que é "muito provável" que o Banco Espírito Santo (BES) faça um novo aumento de capital com recurso exclusivo a investidores privados.

"É muito provável que haja uma solução privada para o reforço de capital", afirmou o responsável na sua audição na comissão do Orçamento e Finanças.

De acordo com o governador, "as interacções entre o BES e bancos de investimento internacional levam a pensar que há interessados" em entrar no capital do banco agora liderado por Vítor Bento.

Carlos Costa realçou que o BES cumpre, actualmente, os rácios de capital exigidos pelos reguladores (português e europeu), mas sublinhou que "um banco que cumpre os rácios, não é necessariamente um banco que não tenha necessidade de cuidar do seu capital", reforçando, mais adiante: "Um banco que passou por uma dificuldade tem todo o interesse em convidar os seus accionistas a colocar mais capital para dar um sinal de confiança aos investidores".

O governador salientou ainda que "é desejável, interessante e importante que haja uma operação que reforce a credibilidade do banco", até porque "o reforço das 'almofadas' de capital serve para salvaguardar o 'rating' [avaliação] e a reputação" da instituição.

Costa acrescentou ainda que "é desejável que um ou dois accionistas importantes entrem no banco para demonstrar confiança", revelando que "há manifestações de interesse que têm credibilidade", mas que só serão concretizadas depois de "ultrapassadas todas as incertezas". Ainda assim, "se fosse necessário, e em último recurso, tal como disse ontem [quinta-feira], aqui, a ministra das Finanças, há uma linha de assistência ao sector financeiro, que tem disponíveis 6,4 mil milhões de euros".