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Governo divide-se sobre criação de taxa para alimentos nocivos

29 abr, 2014

Dois ministros do CDS discordam da medida. Secretário de Estado da Saúde, indicado pelo PSD, diz que qualquer governante é "responsável pela saúde da população".

Governo divide-se sobre criação de taxa para alimentos nocivos

A ministra da Agricultura e do Mar, Assunção Cristas, não acredita que a taxa sobre os produtos alimentares nocivos para a saúde melhore os hábitos dos portugueses.

"Não mudei de opinião, não me parece que seja por aí que as coisas se podem mudar", disse, esta terça-feira, no Parlamento, Assunção Cristas.

No início da semana passada, a ministra do CDS já tinha classificado a taxa, que o secretário de Estado da Saúde, Fernando Leal da Costa, admitiu criar, como uma "não questão", secundando assim as declarações do ministro da Economia, o também centrista Pires de Lima.

A declaração de Assunção Cristas surge depois de Leal da Costa, num artigo de opinião, publicado no "Público" esta terça-feira, responder às críticas de governantes do CDS sobre a taxa em questão.
 
"Sem boa saúde não há boa economia e as desigualdades acentuam-se", escreve o secretário de Estado, um independente indicado pelo PSD.

Pires de Lima afirmou, há dias, que a nova taxa "é uma ficção, um fantasma que nunca foi discutido em Conselho de Ministros e cuja especulação só prejudica o funcionamento da economia".

Para Leal da Costa, cada governante, independentemente da pasta que ocupa, é "responsável pela saúde da população".

Assunção Cristas mostrou-se "sensível a um apelo para o consumo moderado do álcool", bem como a medidas que combatam o consumo do tabaco, mas não através de uma nova taxa.