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Dirigentes e pais contestam encerramento do Instituto de Odivelas

25 mar, 2013 • Ana Rodrigues

“Manda quem pode, obedece quem deve”, diz o director da escola, mas ressalva que o Instituto de Odivelas é a melhor escola do país e a mais barata das três militares.  

Dirigentes e pais contestam encerramento do Instituto de Odivelas
A notícia do encerramento do Instituto de Odivelas, uma escola feminina gerida pelo Exército, está a ser mal recebida pelos pais das cerca de 270 alunas que lá estudam.

Paulo Dias, da Associação de Pais, diz que a solução hoje apresentada pelo Governo, de encerrar este instituto e fundi-lo com o Colégio Militar, que assim passa a ser de ensino misto e a contar com regime de internato e externato, deixa muito a desejar.

“A solução que agora é apresentada deixa muito a desejar, não é explicado quais são os objectivos da mudança. Nada é dito sobre os custos, os contribuintes têm o direito a saber quanto é que vai custar estas alterações, em particular na adequação das instalações do Colégio Militar ao ensino misto. Nada é dito quanto ao valor do investimento que é feito, nem a razão pela qual este investimento não é feito em soluções alternativas.”

Numa democracia não faz sentido tomar decisões sem transparência, considera: “O motivo de contestação tem a ver com o facto de se encerrar, sem análise e sem alternativa, instituições que têm mais de um século. Simplesmente faz-se uma alteração ao modelo sem nenhuma racionalidade. O que faz sentido quando se analisa um projecto é ver quais as alternativas e escolher a melhor delas. Em democracia não faz sentido tomar decisões desta forma.”

A direcção da escola também não esconde o seu desagrado. Mais contido nas palavras, o Coronel José Serra começa por dizer que “como em tudo neste país, manda quem pode, obedece quem deve”, mas acrescenta que: “o Instituto de Odivelas é a melhor escola deste país, com os melhores resultados. É a mais barata das três e como tal é uma casa que tem e tinha uma perspectiva de crescimento. Temos 92 candidaturas de pais que nos bateram à porta, já que nós não fizemos qualquer campanha de angariação de novas alunas. Estas candidaturas configuram o interesse e a actualidade da escola. Não tenho dúvidas que é uma escola que seria cada vez mais sustentável”.