Pedro Passos Coelho foi recebido esta sexta-feira em Coimbra por algumas dezenas de descontentes. O primeiro-ministro estava de visita ao Museu Machado de Castro, recém-reaberto após vários anos de obras de requalificação, e tinha à espera uma pequena manifestação de protesto organizada pela CGTP.
O protesto foi ruidoso, mantido à distância pela PSP, mas bem visível. O primeiro-ministro olhou, acenou aos manifestantes, mas não parou.
"Não esperávamos que ele nos dissesse adeus e nos acenasse com a mão. Esperamos é que ele mude de política e que vá embora e deixe que outro Governo dê rumo a Portugal", afirmou o coordenador da União dos Sindicatos do Distrito de Coimbra.
"Portugal tem alternativas à austeridade, tem alternativas ao desemprego, ao memorando de agressão que está a ser aplicado. Estamos aqui para dizer basta", declarou o sindicalista.
Passos Coelho não é estranho aos apupos e aos protestos, tendo este ano já sido alvo de várias vaias e assobios um pouco por todo o país. No início deste mês,
estudantes universitários exibiram uma tarja pedindo a demissão do primeiro-ministro, enquanto este discursava na abertura de um seminário internacional na reitoria da Universidade Nova de Lisboa.
Em Setembro, Passos Coelho foi vaiado à saída de um encontro que manteve com empresários no Estoril. O protesto foi dirigido ao primeiro-ministro por vários jovens que lhe perguntaram pelos dias que aí vêm. Noutro episódio,
o governante foi assobiado e insultado por um aluno à chegada para uma homenagem a Adriano Moreira no Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas.
Lisboa assobiou Passos Coelho na Feira do Livro e o
Porto também não perdeu a oportunidade quando o primeiro-ministro marcou presença na comemoração do centenário da Universidade do Porto.
Gouveia,
Figueira da Foz,
Borba,
Cantanhede e
Manta Rota foram outros locais onde Passos foi confrontado com apupos e manifestações de protesto contra as medidas de austeridade.