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Há 46 mil famílias sem casa em São Paulo. Prestes Maia é o maior edifício ocupado da América do Sul

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Há 46 mil famílias sem casa em São Paulo. Prestes Maia é o maior edifício ocupado da América do Sul

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22 jun, 2018 - 21:45 • Fotografias: Nacho Doce/Reuters

Há 480 famílias a viver na antiga fábrica de 22 andares. São Paulo enfrenta graves problemas de habitação com 46 mil famílias sem casa, a ocupar edifícios devolutos. No início de maio, um dos complexos ocupados da cidade paulista desmoronou-se depois de ser consumido por um incêndio. Pelo menos seis pessoas morreram.

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Vera Helena, de 66 anos, espera há décadas por uma casa cedida pela câmara de São Paulo, no Brasil. É a primeira habitante da antiga fábrica de vestuário Prestes Maia, o maior edifício ocupado de forma irregular da América do Sul.

"Quando cheguei não havia nada aqui", diz Vera que vive com o ex-marido e a neta. "Estava vazio e nós começámos a dividir os espaços com madeiras."

A família de Vera é uma das 480 famílias que vive no edifício de 22 andares. Há 46 mil famílias que vivem em prédios abandonados em São Paulo.

Segundo a câmara, as habitações sociais não chegam para a dimensão dos pedidos, que se agrava com o aumento da população na cidade.

"Você paga o aluguel, você não come. Você come, você não paga o aluguel." é a frase do movimento pelos sem-abrigo Frente de Luta por Moradia.

No início de maio, um edifício de 24 andares ocupado por sem-abrigo desabou depois de ter sido consumido por um incêndio. Pelo menos seis pessoas morreram. Os desalojados dormem em tendas desde então.

O incidente voltou a dar destaque ao problema da habitação em São Paulo que persiste há décadas. O governador Márcio Franca disse tratar-se de uma "tragédia anunciada".

Funcionários da câmara estão a executar um plano de inspeções nos edifícios ocupados, mas ainda não foi anunciada nenhuma medida com vista a uma solução a longo prazo para os sem-abrigo.

Os líderes dos movimentos pela habitação alegam que a constituição do Brasil obriga o Governo a fornecer habitação a quem não tem capacidade de pagar uma renda.

A solução atual passa por um sistema de concurso através de uma parceria público-privada.

Cerca de 191 mil famílias já deram o nome, mas o programa tem apenas 3.600 casas para distribuir até 2020.

Empregos e serviços públicos são abundantes no centro da cidade de São Paulo, mas as casas para habitação são escassas. Existem inúmeros edifícios abandonados, como a antiga fábrica Prestes Maia.

A cidade de São Paulo tem cerca de 200 ocupações habitacionais irregulares.

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