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20 anos da Expo 98

Pavilhão de Portugal: quatro meses de glória, 20 anos de abandono

02 mai, 2018 - 08:00 • Dina Soares , Joana Bourgard

A pala do Pavilhão de Portugal, como é conhecida a cobertura da Praça Cerimonial, foi considerada uma das dez melhores estruturas de betão do mundo. O edifício concebido por Siza Vieira foi notícia à escala planetária, mas quando a Expo fechou portas, o pavilhão ficou também trancado. Desde então, passa a maior parte do tempo sem uso e a degradar-se. A Renascença recorda a Expo com 20 histórias da maior intervenção feita na cidade de Lisboa desde o terramoto de 1755.

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O Pavilhão de Portugal foi o edifício mais emblemático da Expo 98. Concebido pelo arquiteto Siza Vieira, foi este o edifício que acolheu a representação nacional durante a exposição. A sua pala, inspirada na ideia de uma folha de papel pousada em dois tijolos, fez história na arquitetura portuguesa e mundial. Só que, depois da Expo fechar as portas, o Pavilhão de Portugal ficou vazio e assim permanece até hoje.

As propostas para a sua ocupação foram várias, desde sede da Presidência do Conselho de Ministros a museu da arquitetura, mas nenhuma avançou. Foi preciso esperar até 2015 para que o Pavilhão de Portugal conhecesse o seu destino. Entregue pelo governo à Universidade de Lisboa, vai ser usado para eventos científicos e exposições.

O projeto, que está a ser desenvolvido por Siza Vieira, passa por preparar o edifício para receber eventos científicos, com a realização, em simultâneo, de várias ações. Terá também uma componente expositiva, até porque a Universidade tem um património muito vasto e não tem onde o exibir na totalidade.

João Barreiro, vice-reitor da Universidade de Lisboa e um dos responsáveis pela transformação do espaço, considera que, com a possibilidade de ocupar o Pavilhão de Portugal, a Universidade “ganha uma possibilidade adicional de mostrar ciência, instrumentos científicos, preparação científica, sonho científico“.

Degradação do edifício devido à falta de uso

Em seu entender, é inaceitável que um espaço como aquele – classificado até como monumento de interesse público pela Direção-Geral do Património Cultural – se encontre sem uso e já em estado de degradação. “O Pavilhão de Portugal é um espaço público da cidade. Compete-nos mantê-lo, organiza-lo e dar-lhe uma função, que é neste momento o mais importante. É um espaço que não pode estar fechado e a degradar-se como está. Tem apenas 20 anos e já apresenta muitos sinais de degradação, sobretudo por falta de uso”, lamenta João Barreiro.

Desde 2013, altura da fusão com a Universidade Técnica, que a Universidade de Lisboa perseguia o Pavilhão de Portugal. O concurso internacional para as obras de transformação do edifício já foi lançado. Os trabalhos deverão começar no outono e demorar um ano. No último trimestre de 2019, a Universidade de Lisboa conta estar já a trabalhar no Pavilhão de Portugal, devolvendo o edifício à vida.

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