Antártida poderá ter a maior área protegida do mundo

20 mar, 2018 - 22:09 • Fotografias: Alexandre Meneghini/Reuters

A bordo do “Arctic Sunrise”, com vários jornalistas e cientistas a bordo, o navio da Greenpeace partiu de Punta Arenas, no Chile, com o propósito de recolher imagens, amostras de espécies e de água para deteção de microplásticos.

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A Greenpeace alia-se à proposta da União Europeia de criar a maior área protegida à face da terra, com 1,8 milhões de quilómetros quadrados. Será um paraíso para a vida marinha, livre de pesca intensiva.

A proposta para a área protegida é de quase dois milhões de quilómetros quadrados no Mar de Weddell, um habitat natural de baleias, focas, pinguins e várias espécies de peixes. A discussão da proposta vai acontecer em outubro deste ano na Austrália durante a Convenção para a Conservação da Vida Marinha. A ideia foi originalmente lançada pela União Europeia e está a receber apoio da Greenpace.

No ano passado, o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) já tinha alertado para a morte em massa de crias de uma colónia de pinguins.

Apenas duas de 36.000 crias de pingium sobreviveram na última temporada de reprodução.

A Antártida está protegida pelo Tratado da Antártida, mas devido ao aumento dos níveis de CO2, da acidificação dos oceanos e do plástico, os habitats estão ameaçados.

De acordo com a Greenpeace, uma das principais preocupações é a indústria da pesca do krill, um animal semelhante ao camarão.

O krill é fundamental para a alimentação de vários peixes, focas e pinguins.

Devido ao consumo humano, usado em comprimidos de Omega-3, e para comida de animais domésticos, o krill tem vindo a sofrer um declínio das populações.

Poucas plantas conseguem sobreviver na Antártida, mas no ano passado foi detectado um aumento significativo da atividade biológica com o crescimento de musgos. É quatro a cinco vezes maior do que era em 1950.

A temperatura tem vindo a subir um grau e meio a cada 10 anos que passam na Antártida. O Pólo Sul é um dos locais onde mais se sente o aumento da temperatura.

Antártida contém 90% do gelo e 70% da água doce do mundo, o que é suficiente para elevar o nível dos mares em até 63 metros.

O grupo de especialistas do Comité Científico de Pesquisa da Antártida prevê uma duplicação das concentrações de gases de efeito estufa no próximos 100 anos, esperando-se uma subida de 3ºC.

O aumento da temperatura da água do mar pode abrir a porta para a migração de espécies que podem ser mais competivivas do que as espécies locais. Por exemplo, a chegada de caranguejos afetaria seriamente o atual ecossistema.

De acordo com o Comité Científico de Pesquisa da Antártida, os seres humanos têm inadvertidamente introduzido organismos estranhos, incluindo moscas e bactérias.

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