O panorâmico de Monsanto reabriu e Lisboa ganhou uma nova vista de 360º

18 set, 2017 - 13:00

O antigo restaurante abriu como miradouro. O edifício continua degradado, mas foram colocados gradeamentos para garantir a segurança dos visitantes.

A+ / A-

Desde 2 de Setembro que Lisboa tem mais um miradouro. O antigo restaurante panorâmico de Monsanto reabriu ao público, 16 anos depois do seu abandono, mas com uma nova função.

Com uma vista privilegiada sobre a cidade, o edifício tem um reconhecido valor histórico e agora pode ser visitado por todos. A entrada é gratuita e os visitantes podem usufruir do espaço entre as 9h00 e as 19h00, de segunda a domingo. Existe uma zona de estacionamento no interior do recinto, constatou a Renascença no local.

O edifício esteve a ser preparado para abrir ao público em condições de segurança, uma vez que ainda se encontra em estado de degradação. Durante os últimos meses, uma equipa da autarquia esteve a remover o entulho e as estruturas metálicas partidas, a emparedar algumas zonas e a colocar gradeamentos.

Foto: Joana Bourgard/RR

Um edifício com história

São sete mil metros quadrados numa localização privilegiada: o topo do Parque Florestal de Monsanto, de onde é possível ter uma vista de 360º sobre a cidade de Lisboa.

Inaugurado em 1968, o edifício foi inicialmente um restaurante. Ao longo dos anos, o espaço foi usado para vários fins, desde uma discoteca até um bingo, escritórios e armazém de materiais de construção.

Em 2001, fechou e, desde então, ficou entregue ao abandono.

Foto: Joana Bourgard/RR

Embora estivesse fechado, o recinto era visitado clandestinamente por muitas pessoas, até há pouco tempo. Durante o período de abandono, o espaço foi sendo vandalizado e, hoje em dia, encontra-se num elevado grau de degradação, com "graffitis" nas paredes e muitas estruturas partidas.

O edifício, projectado pelo arquitecto Chaves da Costa e propriedade da Câmara de Lisboa, contou com os contributos de artistas como Luís Dourdil e Manuela Madureira.

Planos que não saíram do papel

A recuperação do espaço tem estado na agenda política do município, mas os projectos têm-se acumulado, sem que cheguem a ser concretizados.

Foto: Joana Bourgard/RR

Na Assembleia Municipal de 11 de Julho, Fernando Medina remeteu a recuperação do edifício para um próximo mandato. Caso venha a manter o cargo, o presidente da Câmara lança a hipótese de ser criado um concurso de ideias sobre a utilização a dar a este equipamento.

A Renascença recorda alguns dos planos que o executivo camarário apresentou, nos últimos anos, para o panorâmico de Monsanto:

Abril/2005. A autarquia falou do projecto de adaptação do edifício para albergar serviços da câmara municipal: “Neste momento estão a ser concluídas as obras de betão armado e a limpeza de interiores”.

Janeiro/2009. José Sá Fernandes, vereador do Ambiente Urbano e Espaços Verdes, anunciou: “A câmara está a estudar o problema há um ano e porá à discussão pública no início da Primavera”.

Dezembro/2013. O então vice-presidente da autarquia, Manuel Salgado, falou da apresentação de um projecto ao Governo para a instalação de um Centro de Comando e Controlo Operacional.

Julho/2016. O vereador José Sá Fernandes, agora com o pelouro da Estrutura Verde e Energia, voltou a avançar novas datas para a recuperação do restaurante, prometendo novidades para o mês de Julho.

Julho/2017. O vereador José Sá Fernandes anunciou, em assembleia municipal, o projecto de abertura do edifício ao público, para ser utilizado como miradouro: “Até ao final do mês, vão ser postos alguns gradeamentos para as pessoas poderem usufruir da extraordinária vista que aquilo tem. Isto poderá acontecer em Agosto, com tudo limpo e lavado.”

[Notícia corrigida às 15h40 de 19 de Setembro: Não existem obras do artista Querubim Lapa no edifício]

Foto: Joana Bourgard/RR

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • António
    19 set, 2017 Ourém 14:03
    Somos um país do c.... Se não se faz é porque ninguém faz nada? Se se faz é por corrupção ou interesses oculto. Vá-se lá entender esta gente.
  • Jotinha
    19 set, 2017 Lisboa 11:54
    Mais uma negociata! Neste momento deve interessar a algum amigo do Medina atrasar a recuperação e depois abre lá um restaurante em que um dos sócios é amigo do Manuel Salgado e afins. Negociatas! Vejam o que se passou com o terreno em frente ao Sheraton!!!
  • Dan Monteiro
    19 set, 2017 Lisboa 08:17
    Não só um excelente artigo mas excelentes fotos tiradas pela Joana Bourgard!
  • Ana
    18 set, 2017 lx 17:37
    Lisboa é nojo??? gentalha como tu é que podia emigrar com bilhete só de ida... espero que estejas emigrada e que nao voltes mais... para nojeira ja ca tempos pessoas como tu suficientes... Lisboa é unanimemente das cidades mais belas do mundo, só.
  • Gina Azevedo
    18 set, 2017 Trofa 13:40
    Chiça! 360 graus de horror, Lisboa é nojo.

Destaques V+