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​Cinco tesouros que Júlio Pomar nos deixou

22 mai, 2018 - 20:42

No dia da morte da Júlio Pomar recordamos cinco obras emblemáticas do artista plástico que marcou a arte contemporânea em Portugal nas últimas décadas. Podiam ser muitas mais.

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FRESCOS DO CINEMA BATALHA

A obra de Júlio Pomar que irritou Salazar. Os frescos do Cinema Batalha, no Porto, foram tapados pela censura do Estado Novo, em 1947. Pelo meio, o pintor foi detido. Trata-se de uma obra com mais de 100 m2, que imortaliza as festas do S. João e que na altura foi considerada subversiva pela polícia da ditadura. O Cinema Batalha encontra-se atualmente fechado, mas há um plano de reabilitação para recuperar aquele espaço emblemático da cidade do Porto.

Foto: DR

“O ALMOÇO DO TROLHA”

A pintura “O Almoço do Trolha” é considerada um dos símbolos do movimento neorrealista português. O quadro foi exposto ainda inacabado em 1947, na segunda Exposição Geral de Artes Plásticas da Sociedade Nacional de Belas Artes, enquanto Júlio Pomar, então com 21 anos, se encontrava preso no Forte de Caxias, e só seria terminado em 1950. Com 150 centímetros por 120, o quadro revela uma cena com uma família pobre, em que um trabalhador da construção civil come um modesto almoço sentado junto à mulher e ao filho. Foi vendido em 2015 por 350 mil euros.

Foto: DR

D. QUIXOTE I

A personagem criada por Miguel de Cervantes serviu de inspiração para Júlio Pomar produzir uma série de trabalhos sobre a figura do “cavaleiro andante”, no final da década de 50. D. Quixote foi tema de pintura e de esculturas em ferros soldados.













“LUSITÂNIA NO BAIRRO LATINO”

Obra de 1985, “Lusitânia no Bairro Latino” retrata o escritor Mário de Sá Carneiro e os pintores Santa-Rita Pintor e Amadeo de Souza Cardoso. Foi uma das sete telas criadas por Júlio Pomar para acompanhar uma edição especial do poema “Mensagem”, de Fernando Pessoa (Clássica Editora). A obra é uma homenagem ao primeiro modernismo português, de que o Pessoa foi também protagonista.













RETRATO DE MÁRIO SOARES

Os dois partilharam a mesma cela em Caxias, na década de 40. O retrato que Júlio Pomar pintou de Mário Soares rompe com a tradição dos quadros sóbrios e tradicionais de chefes de Estado que figuram no Museu da Presidência. “Ao encomendar-lhe o retrato de um Presidente da República, Mário Soares sabia que não poderia esperar uma obra convencional, voltada para uma inexistente e inexpressiva eternidade”, refere o site da Presidência da Republica.














ESTAÇÃO DO ALTO DOS MOINHOS

Júlio Pomar deixou a sua marca artística no espaço público da cidade de Lisboa. Exemplo disso são os painéis de azulejos na estação do Metro do Alto dos Moinhos, em Lisboa (1983). Luis Vaz de Camões e Fernando Pessoa, os maiores poetas portugueses, foram ali imortalizados por Júlio Pomar.


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  • Edgar Vieira
    23 mai, 2018 S. João da Madeira 00:04
    Ninguém fica indiferente ao seu legado. Qualquer Português o reconhece como um Artista ímpar. Talvez o grande "problema" era ele ser Português.

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