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​Zero preocupada com riscos ambientais de centrais solares fotovoltaicas no Alentejo

13 set, 2017 - 09:18

A associação alerta para os possíveis impactos negativos, nomeadamente os elevados riscos de erosão, a destruição de cerca de 135 hectares de sobreiros e azinheiras e a afectação de cabeceiras de linhas de água.

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A associação ambientalista Zero alertou esta quarta-feira que as centrais solares fotovoltaicas projectadas para a região do Alentejo ameaçam a Reserva Ecológica Nacional e podem agravar as emissões de dióxido de carbono se forem colocadas em locais inadequados.

"Os benefícios a obter poderão ser inferiores aos custos ambientais previstos", afirmou a Zero em comunicado enviado à Lusa, referindo-se a duas das quatro centrais solares fotovoltaicas a ser instaladas em herdades alentejanas.

As incidências ambientais da instalação das centrais foram avaliadas numa consulta pública que terminou na terça-feira, mas a associação alerta para os possíveis impactos negativos, nomeadamente os elevados riscos de erosão, a destruição de cerca de 135 hectares de sobreiros e azinheiras e a afectação de cabeceiras de linhas de água.

As centrais previstas para as herdades de Alcaboucia (concelho de Portel, distrito de Évora) e Vale da Cota (Santiago do Cacém, Setúbal) são as que mais preocupam a Zero, que calculou um prejuízo em termos de emissões de dióxido de carbono de cerca de cinco mil toneladas, em 20 anos, nos dois casos, considerando a área afectada e a alteração de uso dos solos em causa.

"Os projectos têm custos ambientais não recuperáveis nas próximas décadas, mesmo sem contar com os potenciais efeitos negativos que a instalação pode induzir na biodiversidade local, na afectação do regime hídrico e na facilitação da erosão do solo e também na artificialização de uma paisagem rural", acrescentam os ambientalistas.

Referindo-se aos resultados da avaliação das incidências ambientais, a Zero aponta a ausência de localizações alternativas e a omissão de informações relativas aos valores naturais existentes e a eventuais medidas compensatórias, denunciando também que os impactes da instalação de linhas eléctricas para transporte de energia não foram avaliados.

A Zero admite que os outros dois projectos, previstos para as Herdades de Mourata (Arraiolos, Évora) e do Monte do Outeiro (Vidigueira, Beja), possam vir a avançar no futuro, "desde que sejam clarificadas as omissões de informação e sejam definidas medidas compensatórias de recuperação de habitats em áreas classificadas".

No seu conjunto, os projectos previstos ocupam uma área total de cerca de 270 hectares.

Apesar de considerar positiva a tendência para o investimento na energia solar fotovoltaica de grande escala para que o país alcance a neutralidade de emissões de carbono em 2050, a associação ambientalista alerta para a necessidade de regras para prevenir impactes e conflitos.

Excluir investimentos que ponham em causa a mais-valia natural das áreas classificadas, e de áreas florestais e agrícolas sempre que os custos ambientais superem os benefícios são algumas das sugestões da Zero, bem como o incentivo ao uso de áreas degradadas.

Comentários
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  • O Tal
    13 set, 2017 Por Aí 11:00
    Preso por ter cão e por não ter!
  • barsanulfo
    13 set, 2017 alcains 10:33
    A sério???? ahhhh como é bom haver esta gente zero! As coisa que eles descobrem, e sabem, ficou a segurar o queixo de espanto! Eles são ZERO ! Mas pronto, sabemos que existem, antes eram ZERO, agora continuam uns ZERO! Como dizia o "Valentão Loureiro", quanto são' quantos são???? ahahahahahahahaha

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