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Sindicato dos Jogadores

Resultados viciados. Evangelista acredita que "ainda vai acontecer muita coisa"

26 abr, 2017 - 16:21

Presidente do SJPF elenca as cinco razões que, no seu entender, levam a práticas ilegais da parte de jogadores e dirigentes.

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O presidente do Sindicato dos Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF), Joaquim Evangelista, está convencido de que a viciação de resultados é uma realidade para a qual não pode haver "ilusões" e que não vai desaparecer.

"Não tenhamos ilusões. Estou convencido que, infelizmente, ainda vai acontecer muita coisa no futebol português. Mas estou tranquilo, confiante que as autoridades farão o seu papel. Os agentes desportivos também começam a ter consciência de denunciar e se distanciarem deste fenómeno. Os jogadores, treinadores e árbitros não podem correr estes riscos, tanto no plano pessoal como profissional", afirmou Evangelista, esta quarta-feira, à margem do congresso "The Future of Football", organizado pelo Sporting e que decorre em Alvalade.

Do lado do SJPF, o objectivo está traçado: sensibilizar jogadores, dirigentes e demais agentes desportivos para que o "match-fixing" possa vir a ser erradicado.

"Não há dúvidas sobre o posicionamento dos agentes desportivos em Portugal. No Sindicato, temos reafirmado a tolerância zero. Temos procurado, através de protocolos celebrados com a Sportradar, monitorizar as competições; já apresentámos uma aplicação de denúncias, para os jogadores e outros agentes o poderem fazer em anonimato; acções de formação para os mais jovens e apresentação de propostas normativas para alterar a moldura penal. Isso esta a ser feito. Em particular, sempre que posso, alerto os jogadores sobre o perigo que esta matéria representa. As autoridades também estão a trabalhar. Agora, o que resta de campeonato é muito importante. Os agentes desportivos têm de ter consciência que vai estar muita gente atenta a este fenómeno", prosseguiu, confessando ter já chegado a cinco conclusões que podem justificar atitudes menos próprias da parte de jogadores e dirigentes.

"O incumprimento salarial e a fragilidade dos jogadores, a falência dos clubes, a ausência de regulamentação para o controlo do investimento estrageiro e o licenciamento ineficaz", elencou.

"É sobre estas causas que temos de actuar. Se conseguirmos minimizar estes problemas a montante, estou convencido que conseguimos combater o fenómeno", completou.

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