Emissão Renascença | Ouvir Online
A+ / A-

Pelo menos 60 rapazes podem ter sido abusados num grupo coral dirigido pelo irmão de Bento XVI

11 jan, 2016 - 17:30

O famoso coro Domspatzen, na Baviera, era dirigido, na altura dos alegados abusos, por Georg Ratzinger, irmão do Papa emérito Bento XVI.

A+ / A-

Pelo menos 60 rapazes terão sido abusados sexualmente no Domspatzen, um famoso grupo coral alemão que na altura era dirigido pelo irmão do Papa Bento XVI.

Um advogado contratado pelo Domspatzen, sedeado na Baviera, Alemanha, disse esta segunda-feira em conferência de imprensa que após uma aprofundada investigação tinha chegado à conclusão que pelo menos 60 dos jovens membros do coro foram vítimas de abusos sexuais ao longo de vários anos e que até 250 possam ter sido vítimas de abusos físicos.

A maior parte dos casos diz respeito ao período entre meados e final da década de 70, afirmou o advogado Ulrich Weber, referindo ainda que cerca de 50 vítimas referiram a existência de dez agressores sexuais.

O período coincide com a época em que o coro era dirigido pelo padre Georg Ratzinger, irmão do Papa Bento XVI, que tem agora 91 anos e afirmou a um jornal alemão que não tinha qualquer conhecimento dos abusos. “Estes assuntos nunca foram discutidos. O problema dos abusos sexuais que agora veio à luz nunca foi falado”, disse, ao jornal "Passauer Neua Presse".

Interrogado pelo assunto, o advogado Ulrich Weber disse que de acordo com a sua investigação seria difícil que Ratzinger não soubesse das alegações de abusos no coro.

O caso já tinha sido tornado público em 2010, mas só agora se começa a perceber a verdadeira dimensão do problema e quantas pessoas afectou.

Weber admite que 250 pode ser uma estimativa conservadora. Na altura a diocese local tinha admitido pagar uma indemnização de 2.500 euros a cada uma das vítimas de abusos sexuais ou físicos (os números na altura referiam 72). Agora, será criada uma comissão composta por ex-vítimas, dirigentes do coro, mediadores e o vigário-geral e o bispo de Ratisbona, para encontrar soluções para o futuro.

Não é natural que haja acusações judiciais, uma vez que os crimes em questão já prescreveram.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Sacudir o Caos
    11 jan, 2016 V. F. Xira 21:37
    Esta forma de noticiar, só me faz lembrar o Correio da Manhã na sua plenitude. Não consigo entender porque razão o nome do Papa emérito Bento XVI se vê envolvido nesta porcaria. Tem alguma coisa a haver com o famoso coro da Baviera, dos alegados abusos ali perpetrados? Não, é irmão do homem que dirigia na altura os rapazes e é quanto basta. Assim se valorizam as alcoviteirices e quanto ao resto que se lixe…
  • desatina carreira
    11 jan, 2016 queluz 20:35
    60 e o numero certo
  • domingos dias
    11 jan, 2016 lisboa 19:10
    o que não falta na igreja católica são casos destes em to o mundo
  • Antonio Bastos
    11 jan, 2016 Porto 18:08
    Em caso algum, repito, em caso algum situações destas deveriam prescrever. NUNCA, jamais...

Destaques V+