07 set, 2014
O presidente do Conselho de Reitores, António Rendas, sublinha a inversão na tendência de queda do número de candidatos ao Ensino Superior, depois da divulgação dos resultados da primeira fase a registar 89% dos alunos colocados.
Dados que, segundo declarações de António Rendas à Renascença, “reflectem que não esta a haver uma quebra de confiança” na importância de uma formação superior.
O presidente do Conselho de Reitores destaca ainda a “consistência e transparência” das universidades, que diz serem merecedoras dos resultados positivos pelo trabalho desenvolvido.
A Universidade do Porto foi a que recebeu mais candidaturas. O reitor Sebastião Feyo mostra-se satisfeito pela preferência dos alunos mas aponta um dado preocupante: a falta de candidatos às áreas da Engenharia, como por exemplo no curso de Engenharia Civil.
“Infelizmente a faculdade de Engenharia do Porto teve um número de vagas por preencher histórico. Só foram preenchidas 50 de 140”, revela o reitor, que atribui o facto a “problemas nacionais, diminuição da construção e percepção, um bocadinho errada, da sociedade das dificuldades potenciais de emprego”.
Há 73 cursos que não tiveram qualquer colocado, mais sete do que os 66 registados em 2013. Destes 73 cursos, a maioria (46) são na área da engenharia, à semelhança do que aconteceu no ano passado.
"O mercado de trabalho ajusta-se lentamente"
O Conselho Coordenador dos Institutos Politécnicos sublinha, em comunicado, o crescimento global dos candidatos. Mais 5% do número de estudantes que indicaram estas instituições como primeira opção para este ano lectivo, com 13.133 estudantes colocados nos Politécnicos.
Em declarações à RTP, o secretário de Estado do Ensino Superior, José Ferreira Gomes, considera que a licenciatura é “a melhor garantia” para ter emprego, apesar das dificuldades para os recém- formados.
“Temos entre nos licenciados que não encontram imediatamente emprego, o que resulta do lento crescimento económico que temos tido nos últimos anos, mas que é um fenómeno que se reproduz por toda a Europa”, diz.
“Houve um crescimento muito rápido da formação superior e o mercado de trabalho ajusta-se muito lentamente”, justifica o secretário de Estado.