30 nov, 2017
O G-15, movimento que congrega clubes da primeira divisão, e no qual não estão incluídos, naturalmente, os três grandes, voltou a reunir ontem para dar seguimento àquilo que pretende venha a transformar-se numa posição de força face ao domínio que tem sido exercido quase em exclusivo, durante décadas, por Benfica, Sporting e Futebol Clube do Porto.
Para já ficou decidido que vai sendo tempo de contrariar esta tendência de muitos anos e que tem permitido uma segregação de todo inaceitável.
Porque se é verdade que os grandes são mesmo isso, grandes, também não é menos certo que sem os demais quinze clubes não seria de todo possível disputar qualquer tipo de competição.
Ou seja, todos precisam de todos independentemente da sua posição numa hipotética escala de valores e de clubes mais ou menos poderosos.
Não excluindo ninguém, o G-15 impõe que só terão lugar neste grupo todos aqueles que entendam como indispensáveis profundas mudanças no futebol português, a desencadear a curto prazo.
No imediato, vai ser solicitada a realização de uma assembleia geral da Liga de Clubes, até 31 de Dezembro, para ali serem apresentadas e discutidas as oito recomendações, que fazem parte do seu caderno de encargos e cujo teor é conhecido.
Entre estas, uma, muito importante e susceptível de arrastado debate, passa pela revisão do quadro de infracções a dirigentes e agentes desportivos. E, para dar o primeiro exemplo, os clubes agora reunidos acordarem já, entre si, subscrever um pacto de não-agressão, convidando todos os outros parceiros a seguirem-lhes o exemplo.
Bom será que não estejamos apenas perante um quadro de boas intenções, não realizáveis, e que este movimento agora criado não venha a perder a embalagem adquirida.
O estado a que chegou o futebol português exige medidas rápidas e… revolucionárias.
No bom sentido, está bom de ver.