16 nov, 2017 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Ser poliglota não é apenas sinónimo de bagagem cultural, ou de capacidade para se desenrascar no estrangeiro se tiver de falar com alguém.
Investigadores da Universidade de Edimburgo, na Escócia, revelam que falar mais de uma língua pode proteger o cérebro de eventuais sequelas de um acidente vascular cerebral.
O estudo envolveu 600 pessoas que foram vítimas de AVC. Dois em cada cinco ficaram sem quaisquer sequelas mentais.
E entre as que falavam apenas uma língua, só uma em cada cinco ficou sem problemas.
Portanto, aquilo que os cientistas sugerem é que o desafio mental de falar vários idiomas pode aumentar a reserva cognitiva , ou seja a capacidade que o cérebro tem para lidar com influências prejudiciais. E se isto é válido para os AVC, também o é para as demências.
E Portugal é o quarto país da OCDE com mais pessoas com demência por cada 1000 habitantes.
A média dos estados que integram Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico é de 15 doentes por 1.000 habitantes. Em Portugal são 20 em 1.000.
E se hoje há mais de 205 mil casos de demência em Portugal, daqui a 20 anos poderão ser pelo menos 322 mil.
Portugal é o hoje o quarto país mais envelhecido do mundo. Em 2050, será o terceiro.
Em 2016, a esperança média de vida em Portugal era de 78 anos para os homens, 83 para as mulheres.
Em 2080, um português poderá esperar viver até aos 87. Uma portuguesa até aos 92.
Este é um tempo em que a ciência nos prolonga a vida para lá de tudo aquilo que imaginávamos. Viver depois dos 100 anos parece longe demais.
No entanto, em 2015, havia em todo o mundo mais de 450 mil pessoas com pelo menos um centenário de vida. Desses, pouco mais de 4 mil eram portugueses.
Mas até 2080 esse numero vai aumentar cinco vezes: o Instituto Nacional de Estatística prevê que haja pelo menos 21 mil pessoas em Portugal com mais de 100 anos. Mas em todo o mundo serão três milhões e 700 mil.