14 nov, 2017
Nas bolsas de apostas era escasso o número daqueles que vaticinavam o afastamento da Itália do Campeonato do Mundo de Futebol do próximo ano.
Mas a verdade é que aconteceu, cimentando-se ainda mais a convicção de que no futebol não há vencedores antecipados nem, muito menos, causas perdidas.
A Itália está em transe. Muitos dos tiffosi que seguiram ontem o jogo do Giuseppe Meazza, em Milão, terão dormido mal a noite e acordado hoje com um sentimento de enorme frustração, que vai ser difícil digerir e apagar nos próximos dias.
A “squadra azzurra” não falhava uma final do Mundial de Futebol desde 1958, portanto há sessenta anos.
Campeão do Mundo por quatro vezes, em 1934, 38, 82 e 2006, vice-campeão por duas vezes, em 1970 e 1994, terceiro classificada na edição de 1990 e no quarto lugar em 1978,o futebol transalpino sofre agora o seu maior revés das últimas seis décadas.
Não fora fácil a fase de qualificação, onde a Itália teve pela frente uma Espanha insuperável que a atirou para o play-off, onde lhe coube defrontar a Suécia. Agora, foi o fim.
Num jogo sufocante, em que a arbitragem também se tornou “vedeta” pela negativa, os nórdicos foram capazes de resistir e aguentar a escassa vantagem trazida de Estocolmo.
Por isso, as redes sociais culpam o seleccionador Ventura do fracasso registado em Milão.
Buffon, o lendário guarda-redes azzurri, que se despede da selecção com um desaire inesperado, por entre lágrimas de desespero, apenas afirmou no final do jogo: “Itália, che brutto finire cosi”.
O Twitter oficial da Fifa é, entretanto, muito generoso para Buffon: “Adeus para a lenda italiana. Para sempre campeão do mundo, Gianluigi”.
Como escreve esta manhã o diário francês L’Équipe, “ a Itália é riscada por agora do mapa do futebol mundial” .
E os que em Itália falam de um apocalipse, começam já a apontar consequências do desaire.
A primeira vítima será, fatalmente, o seleccionador Gian Piero Ventura. E Carlo Ancelotti pode ser “o freguês que se segue”.