09 nov, 2017
Em momentos como aquele que estamos a atravessar em que se multiplicam as guerras dentro do futebol, muitas delas desencadeadas por energúmenos que do futebol só sacam benefícios, é digna de registo a presença da nossa selecção em dois jogos cujo objectivo é angariar receitas destinadas às vítimas dos incêndios que recentemente assolaram a região centro do país, e de que resultaram incalculáveis prejuízos de toda a ordem para as populações.
Decisão louvável, pois, da Federação Portuguesa de Futebol e do seu Presidente Fernando Gomes, que se deve enalte. A par disso, esta é também uma boa oportunidade para que o futebol visite o interior do país.
Reduzido praticamente à faixa litoral, excepção actual para Chaves, raramente é possível aos adeptos daquela região assistir ao vivo à actuação de jogadores que apenas seguem pelos canais de televisão.
Jogar em Viseu e em Leiria, sobretudo na capital da Beira Alta, é assim uma espécie de “donativo” aos adeptos, que eles certamente vão retribuir através de presenças maciças nos dois desafios em que os escolhidos por Fernando Santos vão enfrentar as selecções da Arábia Saudita e dos Estados Unidos, a primeira das quais já apurada para o Campeonato do Mundo do próximo ano.
Para além destes dois objectivos, que consideramos muito importantes, um terceiro não pode igualmente ser subestimado. E este prende-se com o facto de o seleccionador nacional ter decidido chamar jogadores que habitualmente não são convocados, alguns mais jovens do que outros, e que terão aqui a oportunidade de dizer ao responsável máximo que pode contar eles.
Dois bons espectáculos e receitas a condizer, é o que se espera e deseja.
O lado solidário do futebol merece essa resposta.