A nau portista

Não se pode afirmar com inteira propriedade que as equipas portuguesas tenham navegado por entre águas revoltosas na jornada desta semana da Liga dos Campeões Europeus.

É verdade que os resultados foram diferentes em todos os casos, mas pudemos assistir a exibições de qualidade, embora de grau diferente nos três jogos realizados.

Vamos por partes: o primeiro grande encómio é devido seguramente ao Futebol Clube do Porto. Colocado frente a um panzer alemão que lhe podia complicar a vida, o grupo de Sérgio Conceição não se limitou a ganhar, antes foi capaz de se superar nos (poucos) momentos de adversidade, e partir daí para um resultado que não deixou dúvidas a ninguém.

A nau portista navega pois em águas calmas, e tem à vista a possibilidade de chegar aos cobiçados oitavos-de-final da Champions, se uma hecatombe não lhe sair ao caminho.

O próximo jogo, com o Besiktas, é decisivo para se poderem fazer contas antes do tempo.

O Sporting mais uma vez exibiu-se a grande altura perante um dos colossos do futebol do velho continente. Só que, lamentavelmente, voltou a não ganhar como já acontecera com Real Madrid, Barcelona e Borússia de Dortmund. Mas Jorge Jesus tem razão quando afirma que o clube que orienta continua a ganhar um espaço muito importante no concerto europeu.

Não estando ainda tudo ganho, para os leões também nada está perdido. E a ronda que se segue, em Alvalade, frente ao Olympiacos pode oferecer-lhes a bússola que os oriente de forma mais positiva no espaço que ainda lhes falta percorrer.

O Benfica, mesmo tendo realizado aquela que deverá ter sido a melhor exibição desta temporada e que já tardava, continua a não sair do ancoradouro. E faz história, pela negativa, claro, porque não se aceita que o campeão português se apresente na quinta jornada sem um ponto sequer conquistado e com um magro golo marcado em quatro desafios.

Por ironia, a qualificação ainda é possível e para as duas competições da UEFA.

Mas convenhamos que no futebol os milagres não acontecem todos os dias.