09 out, 2017
Espera-se que hoje, em Haia, quatro partidos ratifiquem o acordo alcançado após mais de 200 dias de negociações para formar um governo de coligação na Holanda.
Na Alemanha, Merkel vai esta semana contactar a CSU (democratas-cristãos da Baviera) para saber o que eles pensam de uma coligação governamental da CDU-CSU com os verdes e os liberais. A CSU tem sido muito crítica da política de imigração da chanceler.
O liberais alemães (FDP) no passado foram europeístas e tiveram até destacados ministros, como Hans-Dietrich Genscher; mas hoje são eurocépticos e susceptíveis de complicar a desejada acção reformista de Merkel na UE. Aliás, um novo governo na RFA pode ainda demorar longas semanas a aparecer.
Entretanto, a grave situação na Catalunha também preocupa e de certo modo limita a Comissão Europeia. Neste fim-de-semana, Merkel falou pelo telefone com Juncker sobre o caso. Uma eventual independência catalã arrisca-se a fomentar a desagregação da Europa comunitária.
Mas é o impasse nas negociações do “brexit” que mais contribui para “empatar” a UE. Não que sejam inesperados os problemas destas negociações. E até já houve alguns avanços. Mas do lado britânico persiste a fraqueza política da primeira-ministra Theresa May e intensificam-se as divisões e as intrigas dentro do partido conservador e até no seio do governo de Londres.
Nesta altura, o líder do partido trabalhista, Corbyn, está à frente de May nas sondagens; já houve contactos informais da Comissão Europeia com Corbyn, para preparar os negociadores comunitários para uma eventual mudança de primeiro-ministro em Londres.
As incertezas sobre o poder político britânico, somadas às outras incertezas acima apontadas, explicam por que motivo os 27 países que ficam na UE ainda não começaram a discutir seriamente o futuro após a saída do Reino Unido.
A Europa comunitária é uma máquina lenta e não pode deixar de o ser.