Tempo
|
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

​Poupar água

25 jul, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


O problema da falta de água tende a acentuar-se. Temos de nos preparar para o enfrentar.

Choveu muito pouco este ano. Por isso a seca severa ou extrema atingia quase 80% do território português no final de Junho. Foi lançado um plano de contingência para enfrentar a falta de água. Não poderia ter sido lançado mais cedo? Já se sabia, há muitos meses, que a seca vinha aí. Agora há situações verdadeiramente dramáticas, como a que se vive na bacia do rio Sado.

Portugal será dos países mais afectados pelas alterações climáticas, que nos vão trazer secas frequentes. Assim, parece de toda a conveniência lançar uma campanha para poupar água, nomeadamente por parte dos consumidores domésticos. É que a crescente urbanização do país é um factor importante no aumento do consumo de água.

Para muitos, a água canalizada parece um bem quase gratuito, que se pode gastar à vontade. Não apelo à subida do preço da água que consumimos nas nossas casas, mas a um alerta para evitar torneiras mal fechadas, torneiras a deitar água quando poderiam estar fechadas e outros desperdícios domésticos.

Mas os desperdícios começam na própria rede pública. Há dois anos calculava-se que cerca de 30% da água se perdia, a nível nacional, na rede pública. O maior e mais antigo operador em Portugal, a EPAL (Lisboa), até tem conseguido bons resultados no combate às fugas e rupturas. E existem outros casos positivos. Mas importa generalizar esse combate eficaz, o que implicará investimento do Estado em boa parte da rede pública.

A seca actual não é um fenómeno pontual ou passageiro. Infelizmente, o problema da falta de água tenderá a acentuar-se. Temos de nos preparar para o enfrentar.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • Justus
    25 jul, 2017 Espinho 19:48
    Choveu muito pouco em Portugal, diz S. Cabral, para logo a seguir apontar as culpas ao governo, a este governo, claro. Para ele, tudo o que de mal acontece no país, é culpa dos socialistas, comunistas, bloquistas, etc., etc. Todos aqueles de quem não gosta. Se chove a culpa é do governo, se não chove também o é. É certo que S. Cabral não diz directamente que a culpa de não chover é do governo, mas diz-lo indirectamente, ao assacar-lhe culpas pela falta de água. Estes Velhos do Restelo, ressabiados e humilhados na praça pública por nunca acertarem nas previsões catastróficas que fazem, não perdem uma oportunidade para atribuir ao governo tudo o que de mal acontece no país e, quiçá, no mundo. É disso que vivem.
  • Maria Manuela Nunes
    25 jul, 2017 Queluz 13:50
    Na rua onde moro os aspersores da relva obrigam-nos a sair do passeio para não ficarmos encharcados logo pela manhã. Era bom que se poupasse também aqui.