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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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O “brexit” começou bem

21 jun, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A primeira sessão negocial foi ganha pela UE. Nada garante que as seguintes corram tão bem.

As negociações para a saída do Reino Unido da União Europeia começaram mesmo no dia inicialmente previsto – na segunda-feira passada. Já é alguma coisa, dada a confusão política em Londres, depois de a primeira-ministra Theresa May ter falhado a sua tentativa de alargar a maioria absoluta na Câmara dos Comuns (perdeu-a).

Naturalmente que um primeiro encontro negocial não garante que as negociações irão correr bem. Mas o negociador da UE, Michel Barnier, não teve oposição do negociador britânico, David Davies, em vários pontos considerados essenciais em Bruxelas.

A UE tem defendido que, primeiro, se deve negociar o “divórcio” e só depois de haver progresso suficiente nesse capítulo será de negociar a futura ligação do Reino Unido à Europa comunitária.

O Governo britânico tinha dado sinais de querer tratar simultaneamente, em paralelo, dos dois assuntos; o seu recuo, agora, é atribuído à presente posição de fraqueza de Londres.

Foram também aceites por David Davies as três prioridades apontadas por Bruxelas: garantias sobre o futuro dos 3,2 milhões de cidadãos europeus que vivem no Reino Unido, assim como dos 1,2 milhões de britânicos que vivem em território comunitário; depois, a factura que o Reino Unido terá de pagar por compromissos comunitários anteriormente assumidos; e em terceiro lugar o problema da fronteira entre a República da Irlanda e o Ulster (Irlanda do Norte), uma fronteira agora totalmente aberta e cujo eventual encerramento, por passar a ser uma fronteira exterior da UE, causará sérios problemas, incluindo aos habitantes do Ulster.

A imprensa britânica e alguns políticos criticaram aquilo que consideram cedências à UE. O líder dos liberais-democratas, Tim Farron, disse mesmo que David Davies capitulou e foi “humilhado” em Bruxelas. O que não augura que os próximos encontros negociais sejam tão favoráveis à UE como o primeiro.

P.S. Esta coluna suspende a sua publicação durante alguns dias, regressando a 3 de Julho, se Deus quiser.

Comentários
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  • Zé Povinho
    21 jun, 2017 Lisboa 23:41
    Nenhum dos caminhos, tem só vantagens: é bom, mas também é mau, pertencer a esta união europeia; É bom sair da união europeia e também pode ser mau sair da união europeia! SE PORTUGAL SEGUISSE O CAMINHO DO BREXIT....Portugal ao sair do Euro, desvaloriza a nova moeda, o escudo, mas.... as vantagens, seriam mais do que desvantagens: - a) Desvalorizando a moeda nacional (por exemplo Escudo), o preço dos produtos nacionais ficaria mais baixo nos mercados internacionais, o que permitiria aumentar a venda de produtos nacionais nos mercados externos, com consequente estímulo e aumento das nossas exportações que constituem um dos principais motores da economia nacional. Ou seja, uma moeda nacional fraca estimularia a produção de produtos nacionais, em detrimento da importação de produtos do exterior. Passaria assim a existir um protecionismo natural dos produtos nacionais e consequente redução das importações e aumento das exportações; b) Uma moeda Portuguesa fraca, iria tornar Portugal ainda mais atrativo para o turismo internacional, com consequente aumento da receita e consequente vantagem para o sector do turismo, restauração e afins, bem como para a nossa balança comercial no comércio externo; c) O aumento das exportações arrastaria uma cadeia em série de novas vantagens que se autossustentam e se influenciam reciprocamente, criação de emprego, etc, etc
  • Alex Caravela
    21 jun, 2017 Juiz de Fora, Brasil 20:48
    Que resposta certeira Março Visan!
  • José Saraiva
    21 jun, 2017 Viseu 16:57
    "Marco Visan"..tem razão a VENEZUELA é um paraíso terrestre..não falta nada..falam em FOME mas as imagens mostras pessoas BEM NUTRIDAS e com altos padrões de vida , boa assistência médica , segurança ,educação e tenho verificado que MUITOS deles até procuram a EUROPA para passar férias ...só não entendo porque não REGRESSAM!
  • Marco Visan
    21 jun, 2017 Lisboa 14:45
    Gabriel Martins, a sua mensagem é pura demagogia. Na passada segunda-feira, tive acesso à marcha a favor do governo venezuelano. Pude também ouvir os comentários da mãe de Roberto Serra, morto pela oposição do seu país (oposição criminosa que tem como líder o nefasto Julio Borges). O Gabriel Martins, em vez de vir aqui chorar, deveria ajudar os seus conterrâneos a lutar contra essa oposição que há 80 dias anda a destruir o seu país.
  • gabriel martins
    21 jun, 2017 caracas venezuela 12:59
    bom dia, eu escrevo a voce, para comentar umas coisas, desculpe o meu portugues aunque sou luso desendente nao escrevo bem, soy advogado na venezuela e queria comentar, que ja se olvidaron de nos eu vou a tratar de sair de este pais por os meus filhos que sao dois, pero leio do apoio do governo da madeira, y nos os continentais nao temos apoyo, ademas onten estuve tratado de ver cuanto saia a pasajen para portugal por a linha tap, mais desde na venezuela nao se pode, y si un nao ten como comprar afora morre aqui, eu creio que a nossa tap deve tratar melhos a os portugueses. so cria deixar ese comentario, e nao se olviden de nos. muito obrigado.