01 jun, 2017 • André Rodrigues , Paulo Teixeira (sonorização)
Lembra-se de andar de bicicleta? Das brincadeiras na rua até à hora de jantar quando os dias eram maiores? De recorrer à imaginação para criar aquele mundo só seu, sem as modernices dos nossos dias? De conhecer de cor os sabores daquela comida favorita feita pela avó?
Como é bom ser criança. E já Fernando Pessoa dizia que "o melhor do mundo são as crianças". Só que o tempo de hoje é diferente do de há 30 ou 40 anos. E será que tratamos as nossas crianças como elas precisam?
Dados recentes da Direcção-Geral de Saúde revelam que uma em cada 14 familias portuguesas não come por falta de dinheiro. Em pouco mais de 10 milhões de portugueses, existe um total de 880 mil cidadãos em situação de carência económica.
E as crianças são sempre as grandes vítimas deste problema. Que, muitas vezes, surge associado à violência no meio familiar.
De resto, este é o crime que leva as comissões de protecção de menores a intervir mais vezes.
8700. É este o número de crianças que no ano passado foram acompanhadas por situações de violência doméstica. De acordo com o Instituto de Apoio à Criança, em 2016, foram recebidos perto de 2.400 pedidos de ajuda.
Pouco mais de 200 dos quais referiam-se a maus-tratos físicos e psicológicos no seio familiar. E, em mais de metade dos casos, as mães são principais agressoras dos filhos. Mas também as que mais vezes recorrem à linha SOS Criança.