29 mai, 2017
Antes de entrarem simultaneamente para a então CEE, em 1 de Janeiro de 1986, Portugal e Espanha tinham escassas relações económicas e desconheciam-se mutuamente no plano cultural (mais os espanhóis em relação aos portugueses do que o inverso). Tudo mudou a partir dessa altura.
Hoje a Espanha é o principal parceiro económico de Portugal. O bom crescimento económico espanhol (cerca de 3%) tem sido um dos factores a impulsionar a nossa economia. E Portugal está em destaque na Feira do Livro de Madrid, em cuja inauguração participou o Presidente Marcelo.
Mas naturalmente que existem questões entre os dois paises ibéricos. Para as resolver realizam-se com alguma regularidade cimeiras luso-espanholas, como aquela que hoje começa em Vila Real. O intercâmbio transfronteiriço é o tema oficial desta cimeira. Mas outros problemas conviria serem também abordados.
É o caso da barragem e da central nuclear de Almaraz, claro, mas aí as autoridades espanholas, que começaram por ignorar Portugal, já deram algumas garantias, embora insuficientes. E é, sobretudo, o problema dos rios que entram em Portugal a partir de Espanha.
Este é um ano de seca severa, em que vamos precisar de toda a água que for possível obter. Decerto que existem acordos com Espanha sobre o caudal de vários rios. Mas os espanhóis por vezes esquecem-se dos acordos (aconteceu com Almaraz) ou tentam contorná-los.