19 mai, 2017 • Ribeiro Cristóvão
O comandante Vicente de Moura pediu ontem a demissão do cargo de vice-presidente do Sporting Clube do Portugal, com a responsabilidade maior pelas modalidades amadoras do clube.
Vicente de Moura não é uma figura menor do desporto nacional.
Praticou diversas modalidades e foi na natação que alcançou os maiores sucessos, tendo conquistado diversos títulos regionais e nacionais. Foi também dirigente prestigiado, tendo desempenhado diversos cargos, inclusive o de Presidente da Federação Portuguesa de Natação.
Mas o mais alto cargo que exerceu foi, no entanto, o de presidente do COP - Comité Olímpico de Portugal - em dois períodos distintos. Primeiro, entre 1990 e 1993 e, depois, de 1997 e 2013.
Ao Sporting, já tinha dado o seu contributo em 1995, na presidência de Santana Lopes, tendo regressado em 2013 a convite de Bruno de Carvalho, seduzido pelo projecto que por este lhe foi apresentado.
Vicente Moura foi responsável pelo regresso ao Sporting de duas modalidades, ciclismo e hóquei em patins, através das quais os leões conquistaram grandes sucessos no passado, e foram servidas por nomes inesquecíveis como Joaquim Agostinho e António Livramento à cabeça.
O comandante acaba agora de bater com a porta em Alvalade alegando razões de saúde, mas, sobretudo, por discordar com o conteúdo da última comunicação de Bruno de Carvalho na qual, além de anunciar a sua despedida do Facebook, lançou também fortes críticas ao desempenho das modalidades ditas amadoras.
O presidente do Sporting continua, assim, a provocar fortes rombos num caso que ainda há bem poucos dias parecia inexpugnável, e com muitos sócios e adeptos em “pé de guerra” devido ao texto recente que está a gerar as mais severas reacções.
Depois de Bacelar Gouveia, no termo do mandato anterior, foi agora a vez de Vicente de Moura entrar em rota de colisão e depor as armas.
Duas figuras prestigiadas, cujas saídas empobreceram os elencos que o presidente leonino havia construído, o segundo dos quais pode tornar-se susceptível de vir a desmoronar-se.