09 mai, 2017
Os partidos políticos são elementos essenciais da democracia. Mas não devem absorver todo o campo político.
Percebe-se que, quando a democracia foi restaurada em Portugal, os deputados da Assembleia Constituinte tenham dado aos partidos e aos seus dirigentes importantes poderes. Ainda hoje não são permitidas candidaturas independentes à Assembleia da República, o que é pena. E, na prática, os eleitores não votam em nomes de candidatos a deputados, mas no partido que preferem. Até porque, tratando-se do partido que forma governo, muitos dos eleitos logo abandonam a Assembleia e vão para cargos governamentais.
Há 20 anos uma revisão constitucional permitiu candidaturas de independentes a municípios e não apenas a freguesias. Candidaturas com um processo pesado, que só em parte foi simplificado em Abril deste ano.
Nas eleições autárquicas de 2013 os independentes foram a quarta força política. Nas próximas autárquicas, a 1 de Outubro, o peso dos independentes irá aumentar, o que é positivo pois contraria o alheamento das pessoas em relação à política, sobretudo a partidária. Os partidos transformaram-se em grandes máquinas de empregos.
Decerto que numerosos independentes são políticos que se incompatibilizaram com os seus partidos. Mas também há genuínos independentes, como é o caso de Rui Moreira, presidente da câmara do Porto.
Perante a voracidade do PS, Rui Moreira dispensou o apoio desse partido, que agora vai concorrer com uma candidatura própria. Assim manteve R. Moreira a coerência com aquilo que sempre afirmou e fez, desde o início do seu movimento. Dignificou a política.