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Manuel Pinto
Opinião de Manuel Pinto
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​“A leitura dá-nos mundo”

24 abr, 2017 • Opinião de Manuel Pinto


A oferta e proximidade do livro não bastam, como bem sabemos. É vital cuidar – cada vez mais – da leitura.

Diz o adágio: ‘quem quiser saber: passear ou ler’. Hoje uma e outra actividade estão facilitadas. Quanto ao passeio, pelas redes de estradas, vias férreas, viagens de avião a baixo custo… Quanto à leitura pelas redes de bibliotecas e mediatecas, pela facilidade de adquirir livros e outras publicações através da internet, pelo acesso rápido e eficaz à informação.

Não deixa de ser admirável acompanhar a quantidade de livros que surgem, a cada dia, no mercado – dirigidos às crianças e aos adultos, ficção, biografia, ensaio, poesia, científicos… E por muito que seja útil a disponibilidade deles em formato digital, ainda não se descobriu o efetivo substituto de um livro bem impresso, graficamente cuidado, facilmente transportável, manuseável, diria saboreável…

Mas a oferta e proximidade do livro não bastam, como bem sabemos. É vital cuidar – cada vez mais – da leitura. Cuidar do que ela significa hoje, apoiando-se em, mas indo além da aquisição e domínio dos códigos linguísticos: ler palavras, frases e histórias; instruções e sinais; informações, imagens e gráficos, notícias e opiniões. Ler e aplicar; ler e compreender; ler e progredir na leitura, sendo-se cada vez mais crescido na interpretação, na capacidade crítica, no alargamento de horizontes.

O trabalho que desde há duas décadas foi feito pela RBE - Rede de Bibliotecas Escolares é, a todos os títulos, exemplar, assim como o da Rede de Leitura Pública. E é motivo de esperança ver Teresa Calçada e Elsa Maria Conde, duas figuras-chave que estiveram por detrás da RBE a assumirem agora o relançamento do Plano Nacional de Leitura, com uma equipa multissetorial e um horizonte a dez anos.

Apraz constatar que, nesta nova etapa ontem apresentada no Porto, se pretende olhar para a escola, naturalmente, mas “alargar a novos públicos”: aos pais das crianças e às famílias, que é onde se joga boa parte do sucesso e sustentabilidade deste trabalho; aos adultos e aos seus contextos de vida – as empresas, as associações, os espaços de lazer e formação, onde se joga a qualificação profissional e pessoal.

As novas comissárias desafiam-nos agora a ““Ler+, todas as palavras do mundo”. No sentido – dizem-no em entrevista ao Público – “de revelar que a leitura nos tira do mundo pequenino em que vivemos, faz-nos compreender a alteridade, faz-nos mais tolerantes”.

Nas palavras de Teresa Calçada, “a leitura dá-nos mundo”.

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