Quando escolhemos bem e escolhemos o bem, acabamos, na maior parte das vezes, mais sós. Talvez por isso haja tantas pessoas a fazer escolhas erradas, pois assim continuam com o conforto de estar perto de mais pessoas como elas.
É aparente, as escolhas certas aproximam-nos da perfeição e de outros que se recusam a ser apenas mais um. Na verdade, são poucos, mas comungam de uma mesma força, que é a vontade de alcançar o céu. Afinal, são as boas decisões que fazem de nós bons.
Mais, a companhia que os maus fazem uns aos outros é apenas um efeito não desejado de quem já desistiu de ser mais e melhor. É uma solidão profunda. Por aqui, na verdade, ninguém gosta sequer de si mesmo.
Quem escolhe o mal busca satisfazer uma fome que apenas o bem pode saciar.
Quem decide bem, por maior que seja o sofrimento que isso implique, faz-se exemplo para outros que lhe hão de seguir os passos… não em vista de quaisquer benefícios, senão saber que se está a caminho do céu… ainda que se tenha caído no mais fundo dos abismos.
As incertezas precisam de uma luz e as indecisões carecem de uma chama que as anime. É a sós que devemos encontrar as luzes que nos mostrem o caminho e as chamas que nos aqueçam o coração... o bem não se conquista depois de mil guerras, é um fogo que purifica, queimando o que é mau, pouco a pouco.
A maior das bem-aventuranças é a paz de quem sabe que será feliz, ainda que isso teime em demorar, muito...
(ilustração de Carlos Ribeiro)