27 fev, 2017
Embora ainda nada esteja decidido, começam a esboçar-se algumas consequências do Brexit. Há 60 mil imigrantes de países comunitários a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde britânico. Entre eles, mais de dez mil médicos.
Segundo uma sondagem divulgada pelo “Independent”, quatro em cada 10 destes médicos ponderam sair do Reino Unido, até porque o ambiente piorou para eles após o referendo que aprovou a saída da UE.
Entretanto, bancos e empresas do Reino Unido olham para a República da Irlanda, sobretudo Dublin, como destino provável da sede das suas operações europeias pós-Brexit. É o caso dos bancos Barclays (britânico) e Morgan Stanley (americano). Nada menos de 100 mil empresas britânicas já se registaram na Irlanda, para o caso de decidirem instalar-se ali.
Claro que a Irlanda tem, entre outras, a vantagem de falar inglês. Mas Portugal possui outro tipo de vantagens – o clima, a simpatia da população face aos estrangeiros, etc.
No campo do turismo e também da atracção de reformados, foram alcançados excelentes resultados, em parte porque os países do Mediterrâneo Sul, incluindo a Turquia, são agora vistos como perigosos (o que não significa que Portugal deva ser uma espécie de paraíso fiscal para estrangeiros, do que se queixou uma ministra sueca).
Também tem obtido êxito a atracção de estrangeiros, alunos e professores, para as nossas universidades.
Importa, agora, atrair para Portugal empresas que o Brexit incita a saírem do Reino Unido. Há autarquias, como Braga, que já se lançaram nesse trabalho. Mas enfrentamos uma larga e aguerrida concorrência de outros países da UE neste esforço. Mas uma razão para, a nível governamental, se organizar uma campanha eficaz.