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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Atrair empresas do Reino Unido

27 fev, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Bancos e empresas sediadas no Reino Unido estão a sair por causa do Brexit. Portugal deve aproveitar.

Embora ainda nada esteja decidido, começam a esboçar-se algumas consequências do Brexit. Há 60 mil imigrantes de países comunitários a trabalhar no Serviço Nacional de Saúde britânico. Entre eles, mais de dez mil médicos.

Segundo uma sondagem divulgada pelo “Independent”, quatro em cada 10 destes médicos ponderam sair do Reino Unido, até porque o ambiente piorou para eles após o referendo que aprovou a saída da UE.

Entretanto, bancos e empresas do Reino Unido olham para a República da Irlanda, sobretudo Dublin, como destino provável da sede das suas operações europeias pós-Brexit. É o caso dos bancos Barclays (britânico) e Morgan Stanley (americano). Nada menos de 100 mil empresas britânicas já se registaram na Irlanda, para o caso de decidirem instalar-se ali.

Claro que a Irlanda tem, entre outras, a vantagem de falar inglês. Mas Portugal possui outro tipo de vantagens – o clima, a simpatia da população face aos estrangeiros, etc.

No campo do turismo e também da atracção de reformados, foram alcançados excelentes resultados, em parte porque os países do Mediterrâneo Sul, incluindo a Turquia, são agora vistos como perigosos (o que não significa que Portugal deva ser uma espécie de paraíso fiscal para estrangeiros, do que se queixou uma ministra sueca).

Também tem obtido êxito a atracção de estrangeiros, alunos e professores, para as nossas universidades.

Importa, agora, atrair para Portugal empresas que o Brexit incita a saírem do Reino Unido. Há autarquias, como Braga, que já se lançaram nesse trabalho. Mas enfrentamos uma larga e aguerrida concorrência de outros países da UE neste esforço. Mas uma razão para, a nível governamental, se organizar uma campanha eficaz.

Comentários
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  • Ruiz
    28 fev, 2017 lisboa 10:11
    O RU tem algo de valor acrescentado que ultrapassa a EU o Cmmonwealth com cerca de 2,1 biliões de habitantes e abrangendo países ocidentais desenvolvidos ,e outros:Australia,canadá,america do norte/sul,africa,asia,ocenia,india,etc. com os quais pode intensificar as suas relações comerciais e atrair quadros diferenciados nos setores onde julgarem necessários.As empresa que saírem da Inglaterra irao ter mais dificuldades de agir neste grande espaço de biliões de seres humanos. A EU é um espaço com 500 milhões .Quem perde mais c o Brexit será a EU q n soube antecipar medidas para o mesmo não surgir.Além do mais a maior potencia nuclear no espaço europeu é precisamente a Inglatera,Bruxelas estrebucha para n perder a face mas tudo tem a perder.O desenlace na França das duas eleições Presidenciais e legislativas seja qual for o resultado irá mudar o rumo a toda a politica de Bruxelas/Alemanha.A frente Austria e Polonia tb desafiam as medidas austoritárias e de emigração n temendo Bruxelas minimamente.A EU tem um grande desafio pela frente com origem na rigidez das politicas supertrokinianas e defesas de valores em q maiorias n se reveem.
  • Justus
    27 fev, 2017 Espinho 18:55
    Sarsfield Cabral não dá ponto sem nó! Já começou a dizer que o governo tem que se organizar para atrair bancos e empresas que abandonem a Grã Bretanha. Depois, daqui a alguns meses e dado que estes bancos e empresas têm mais para onde ir, vai começar a atacar e criticar o governo porque não fez nada. Mais ainda, vai insinuar, como já é seu costume, que tais bancos e empresas não vieram para Portugal porque temos um governo apoiado por comunistas e bloquistas. E quem confia num governo assim, vai escrever Sarsfield Cabral de certeza absoluta. Só não dirá como aquele seu correligionário: eu bem avisei! De resto tem os mesmos tiques!
  • Paulo
    27 fev, 2017 Lamego 12:38
    O que é publico é que estamos a 'trabalhar' para ficar com a Agencia Europeia do Medicamento ( - 900 postos de trabalho). A existirem taxas, a industria automovel é que era a cereja mais apetecida, o Sr. Carlos Ghosn (Nissan) está indeciso apesar das promessas de Mrs. May. A PSA está prestes a ficar com a Opel e Vauxall, existem duas fabricas Vauxall no RU. É pena ainda não termos ligação ferroviaria com bitola europeia a partir de Sines, mesmo assim não faz mal oferecer o que temos...
  • Augusto Seromenho
    27 fev, 2017 Lisboa 11:24
    Sr. Cabral, gostei de o ouvir a semana passada num programa de rádio a confessar-se "analfabeto" para muitas coisas e que, por vezes, pedia ajuda aos seus netos!
  • Paulo
    27 fev, 2017 Lamego 09:33
    https://www.youtube.com/watch?v=e_5PQUYJm4Q Se vamos começar agora???