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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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O primeiro mês

21 fev, 2017 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Trump está em conflito com a comunicação social e com os serviços secretos. Conflitos perigosos.

Aconteceram tantas coisas, algumas delas jamais vistas na Casa Branca, que se multiplicam os balanços sobre o caótico primeiro mês do mandato de Trump. Destaco dois pontos.

O novo Presidente continua em campanha eleitoral. Num comício na Flórida, falou num ataque terrorista na Suécia que não aconteceu (Trump procurou depois justificar-se, dizendo que tinha visto na Fox News…).

Trump proclama-se em luta contra os jornalistas, que considera as pessoas mais desonestas que conhece. Parece incoerente com os “factos alternativos” que ele próprio inventa (e são numerosos).

Mas Trump quer que os americanos deixem de acreditar na comunicação social e passem a acreditar no que ele próprio afirma, no Twitter e não só, mesmo sendo falso.

O facto é que muitos dos seus apoiantes acreditam no que ele diz. Por exemplo, julgam que a comunicação social está a encobrir o caso do inexistente ataque terrorista na Suécia. É um perigoso recuo democrático.

Ainda mais perigoso é o conflito entre Trump e os serviços secretos americanos. Ao que consta, estes já não enviam certas informações para a Casa Branca, receando que elas vão parar aos serviços secretos russos.

Provavelmente, Trump gostaria de colocar gente da sua confiança nos serviços secretos. Mas que credibilidade passariam estes a merecer? A menos que a loucura de Trump o leve a pensar que uma superpotência como os EUA pode dispensar serviços secretos competentes.

Comentários
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  • Alberto
    22 fev, 2017 cascais 08:10
    Ontem a RT mostrava imagens dos desacatos que ocorreram nos subúrbios de Estocolmo. O Sr. Cabral, eminente representante da "fake news", também acha que ele fumou do mesmo que ele?
  • Idalina Inácio
    21 fev, 2017 Amadora 23:10
    É muito triste ler os comentários de Sarsfield Cabral sobre D. Trump, e agora a vir a defender os media. Os media?! Estão cada vez piores e mais corruptos, e é flagrante, por exemplo, com D Trump, eles não dão noticias neutras sobre ele, os media são um lobby de oposição ao Trump, então isso é que é jornalismo? A grande pergunta é: por que é que estão tão preocupados em lavar os cérebros das pessoas contra o Trump? Não será por que ele está a ter a coragem de dizer coisas que ninguém tinha coragem? Ouve comportamentos de D Trump que não concordei nada, mas está a ser fantástico ouvi-lo dizer algumas verdades, que para quem não tiver hipnotizado pelos media poderá confirmar.
  • Marco Visan
    21 fev, 2017 Lisboa 20:57
    Mais uma crónica falhada e incompleta de Sarsfield Cabral. É estranho como a Renascença, tão ávida em censurar comentários opostos à visão do professor, deixe passar mensagens como a de Vítor Lopes que em nada acrescentam ao debate e à crítica.
  • Justus
    21 fev, 2017 Espinho 19:20
    Que a comunicação social não presta para nada, quer nos EUA quer em Portugal, é evidente. Trump só diz alto e em bom som aquilo que todos nós sabemos, mas que não temos meios nem força para o dizer. Com as devidas exceções, se não fosse a comunicação social o mundo estaria muito melhor. É bom que Trump bata, e bem, nesta comunicação social, podre, suja e corrupta. Quanto aos serviços secretos dos EUA, é claro que Sarsfield Cabral prefere uns serviços que manipulem dados e informações, que apresentem a mentira como verdade, que criem fatos e acontecimentos. O que é que nos diz Sarsfield Cabral sobre a mentira das armas químicas no Iraque fabricada pelos serviços secretos dos EUA no tempo do seu amigo Bush? É destes serviços secretos que Sarsfield gosta? Tanta hipocrisia para quê?
  • Vitor Lopes
    21 fev, 2017 Lisboa 14:38
    João Galhardo e Alexandre, porque não se calam?
  • João Galhardo
    21 fev, 2017 Lisboa 13:05
    Infelizmente, a crónica acaba por ser incompleta (bem ao estilo do professor). O primeiro mês foi repleto de acontecimentos que não são explicados pelo professor. Destaca dois pontos: o papel da comunicação social e a segurança. Depois, os serviços secretos americanos deixaram de ser competentes desde a administração Bush. Este facto não suscita nenhum interesse por parte do professor. Ou seja, a devida investigação não a faz. Deixa para que o outro o faça. É típico, mas é a verdade.
  • Indignada
    21 fev, 2017 Fig. da Foz 10:17
    Interessante, mas sem relevãncia. O Mário Soares também usou e abusou dos jornais para encobrir e informar como lhe convinha. Chegou ao ponto de tentar criar um grupo de comunicações, EMAUDIO, tentando obter o apoio de Robert Maxwell e de Rupert Murdoch. Veja-se a sua vaidade! Como pode ser tão contraditório, ao criticar o americano (que saiba, não pactuou com genocídios nem elogiou o estalinismo) e considerar o português um político excepcional, quando tinha as mãos sujas de sangue das inocentes vítimas da vergonhosa descolonização? Esperemos que não haja censura.
  • Alexandre
    21 fev, 2017 Lisboa 08:50
    É estranho que Sarsfield Cabral não compreenda que ao criticar Trump, está igualmente a criticar o sistema que sempre defendeu na sua vida. Os Estados Unidos da América e a sua política desigual, foram sempre a referência para o Professor Sarsfield Cabral, bem como para muitos comentadores desonestos do nosso país. Portanto, vir aqui dizer mal de um presidente americano, como Donald Trump, é mais um acto contraditório do professor Cabral.