21 fev, 2017
Aconteceram tantas coisas, algumas delas jamais vistas na Casa Branca, que se multiplicam os balanços sobre o caótico primeiro mês do mandato de Trump. Destaco dois pontos.
O novo Presidente continua em campanha eleitoral. Num comício na Flórida, falou num ataque terrorista na Suécia que não aconteceu (Trump procurou depois justificar-se, dizendo que tinha visto na Fox News…).
Trump proclama-se em luta contra os jornalistas, que considera as pessoas mais desonestas que conhece. Parece incoerente com os “factos alternativos” que ele próprio inventa (e são numerosos).
Mas Trump quer que os americanos deixem de acreditar na comunicação social e passem a acreditar no que ele próprio afirma, no Twitter e não só, mesmo sendo falso.
O facto é que muitos dos seus apoiantes acreditam no que ele diz. Por exemplo, julgam que a comunicação social está a encobrir o caso do inexistente ataque terrorista na Suécia. É um perigoso recuo democrático.
Ainda mais perigoso é o conflito entre Trump e os serviços secretos americanos. Ao que consta, estes já não enviam certas informações para a Casa Branca, receando que elas vão parar aos serviços secretos russos.
Provavelmente, Trump gostaria de colocar gente da sua confiança nos serviços secretos. Mas que credibilidade passariam estes a merecer? A menos que a loucura de Trump o leve a pensar que uma superpotência como os EUA pode dispensar serviços secretos competentes.