Nós que continuam por desatar

Todos aqueles que estavam à espera de um jogo cheio de dificuldades para o Benfica na sua deslocação a Braga acertaram facilmente nas previsões.

Tal ficou provado à saciedade durante noventa minutos marcados por grande intensidade dos dois lados, tendo ficado à vista a entrega de ambos para que no final fosse possível receber os louros de vencedor.

Calhou ao Benfica esse momento de felicidade, mercê de um golo único obtido quando faltavam apenas dez minutos para soar o apito final por inspiração de Mitroglou, que nos últimos desafios tem sido o deus grego convocado por Rui Vitória para resolver todos os sobressaltos.

O Sporting de Braga deu luta e também fez por merecer outro resultado. Mas, no capítulo das descompensações, as águias foram mais fortes e tiveram mais capacidade para provocar desequilíbrios, um dos quais se tornou mesmo decisivo.

Porque o FC Porto vencera dois dias antes, e com isso se colocara na dianteira, ontem, na Pedreira voltou tudo à primeira forma.

Há por isso que esperar por novas oportunidades para voltarmos a ter uma jornada tão intensa quanto esta, e continuar a assistir a este jogo do gato e rato, no qual os da Luz levam por enquanto a melhor.

Para o Sporting, os lugares da frente são cada vez mais uma miragem. E se a equipa comandada por Jorge Jesus continuar a brindar os seus prosélitos com exibições iguais à de sábado, então poderemos todos estar certos de que dias piores podem estar ainda no horizonte leonino.

Na noite de sábado, no estádio José Alvalade, não ganhou a equipa que jogou melhor.

Essa foi unanimemente reconhecida como sendo a do Rio Ave, que só não saiu vencedor da peleja com o Sporting porque Rui Patrício resolveu vestir fato de gala para a festa em que todos os aplaudiam pelos seus 400 jogos de leão ao peito.

O FC Porto era favorito para o embate com o Tondela e acabou arrecadando todos os pontos do jogo. No entanto, para encontrar o segredo da mina precisou de uma ajuda terceira que lhe permitiu engrenar para um resultado de luxo a que só na segunda parte correspondeu, no entanto, uma exibição aceitável.

Em resumo: continuam por desatar muitos nós a doze jornadas do fim do campeonato.

E não está a ser fácil imaginar como é que tudo vai terminar. Por isso, até para os adivinhos os tempos não estão de feição.