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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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Itália e Portugal

06 dez, 2016 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Itália enfrenta problemas bancários gravíssimos. Esperemos que não tenham eco em Portugal.

As bolsas e o mercado da dívida reagiram com calma à derrota de Renzi no referendo em Itália. Era uma derrota esperada e o BCE estava pronto para intervir. Mas os problemas em Itália não desapareceram, pelo contrário.

A longa fase de incerteza pela qual passará a política italiana dificultará a resolução dos gravíssimos problemas bancários do país. Nada menos do que oito bancos italianos estão em risco de colapso.

O crédito malparado atinge 360 mil milhões de euros na banca em Itália. O seu terceiro maior banco, que é o mais antigo do mundo, o Monte dei Paschi di Siena, precisa de 5 mil milhões de euros para recapitalização.

Se estes problemas não forem ultrapassados, o que é mais difícil depois da derrota de Renzi, iremos sofrer em Portugal dificuldades sérias. Desde logo nos juros da dívida e no custo da recapitalização da CGD, que inclui a participação de investidores privados. Isto, claro, para além do cenário mais pessimista de uma eventual saída italiana do euro.

Esperemos que não se chegue aí, pois seria o fim da moeda única.

Comentários
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  • Eduardo Rocha
    08 dez, 2016 Lisboa 16:47
    O sistema vigente, alicerçado na União Europeia, no Euro e no Estado Gordo Sobreendividado está condenado a colapsar de uma vez por todas! E quanto mais depressa o dito sistema colapsar, melhor! Porque menor será o rasto de destruição que deixará! O novo sistema que deverá emergir dos escombros, deverá alicerçar-se em Estados Soberanos, Independentes, com Moeda Própria, Contas Publicas na Ordem e Abertura a Acordos Igualmente Vantajosos com os outros Estados Soberanos Estrangeiros. Já basta de uma UE constituída por Estados lacaios da Alemanha! Já chega de paus-mandados, espoliados, escravos e comodistas, à espera que uma qualquer troika ou uma qualquer directiva de Bruxelas digam como governar! P. S. - Mas objectivo dos senhores do mundo (Clube Bilderberg e afins) é "evoluir “ ainda mais (depois de terem “evoluído” dos Estados Soberanos Independentes para a criação de blocos regionais como a UE) para uma NOVA ORDEM MUNDIAL assente na criação de uma espécie de GOVERNO MUNDIAL DITATORIAL com: Governo único, Constituição única, Moeda única, Exército único… Tal ditadura mundial possibilitaria que os senhores do mundo (1%) se tornassem ainda mais poderosos e ricos à custa da restante população mundial (99%) cada mais escrava e pobre!
  • MASQUEGRACINHA
    06 dez, 2016 TERRADOMEIO 19:07
    A política, nos braços da economia, tem curiosas bizarrias. A Itália, com maior rotatividade de governos que os precários numa empresa manhosa, dizem-nos ser a terceira maior economia europeia - tão pujante que nem consegue dar vazão ao lixo que produz, indicador indiscutível de riqueza e qualidade de vida. A Espanha, que esteve largos meses sem governo, lá foi crescendo, como quem não quer a coisa, ou como quem não precisa da coisa mesmo. De facto, quem precisa da política somos nós, as pessoas, não é a economia - que também é para pessoas, claro, mas só para 1% da malta toda; e para que é que 1% da malta toda precisa de governos se sabe, como o seu sucesso bem exemplifica, governar-se perfeitamente sozinha? Há esses casos tristes na banca, claro, mas isso dividido pela malta toda (os 99%, não exageremos) não custa nada a resolver; e como todos sabemos muito bem, um banco falir é pior do que um super-vulcão rebentar - longe vá o agouro! Ainda somos levados a concluir que o governo dos povos devia ser feito pela economia, assim género esses tratados supra-nacionais de livre mercantilismo em que os países são reduzidos a "colaboradores", e que (quase) ninguém sabe o que sejam. Devem fazer parte das pós-verdades tão em moda. Quanto ao euro: afinal, em que ficamos? Já não se tinha concluído que o melhor era uns terem o euro e os outros o eurinho? Mas a terceira maior economia estar no clube do eurinho seria complicado... É melhor continuar a mandar o lixo para debaixo do tapete.
  • Justus
    06 dez, 2016 Espinho 12:35
    Para alguns escribas, como Sarsfield Cabral, qualquer coisa que acontece neste planeta é pretexto para logo tecer considerações sobre Portugal e o governo que ele não admira. Face ao referendo italiano a Europa reagiu calmamente e até a Bolsa portuguesa subiu. Mas Sarsfield Cabral não esperou para imediatamente lançar dúvidas e poeira, augurando paralelismos e ligações perigosas entre a banca portuguesa e italiana. Onde é que ele estava quando o anterior governo desmantelou e praticamente arruinou o sistema bancário? Porque não falou quando o BPN, o Banco do PSD, era gerido e funcionava praticamente para amigos? E quando o BPP, o BANIF e o BES foram deixados à sua sorte e faliram como qualquer mercearia da esquina? São casos recentes e a memória não pode ser tão curta.
  • Marco Almeida
    06 dez, 2016 Olhão 09:19
    Pois que venha o fim da moeda única, a causa de todos os problemas financeiros que os Países atravessam