30 nov, 2016
De repente, e com uma violência brutal, o luto abateu-se sobre a cidade brasileira de Chapecó. Não tardou depois que a notícia do trágico acontecimento chegasse a todo o mundo, dando lugar às mais diversas manifestações de pesar e de solidariedade.
A pequena cidade do Estado de Santa Catarina estava a viver o seu maior sonho de sempre.
Até há pouco, não era sequer imaginável que um clube modesto, com apenas 43 anos de existência, fosse capaz de atingir um dos patamares mais cobiçados do futebol sul-americano.
Mas a verdade é que a Associação Chapecoense acabara de chegar à final da Copa Sul-Americana, preparando-se para, em Medelin, na Colômbia, medir forças com o experimentado Nacional e tentar chamar a si o troféu.
O clube do estado sulista estava a viver o seu ano de ouro, porque à brilhante carreira internacional iria juntar-se, daqui a poucos dias, o nono lugar no principal campeonato do Brasil, o Brasileirão, à frente de colossos prestigiados como o São Paulo, o Fluminense e Cruzeiro.
No entanto, a tragédia pôs fim ao sonho, como, abatido pelo desespero e desfeito em lágrimas, afirmava o seu Presidente.
Um sonho que todos desejam seja apenas um sonho interrompido para prosseguir logo que o ânimo destroçado dos seus adeptos permita recomeçar tudo de novo.
Também o jornalismo do Brasil sofreu um rude golpe com o desaparecimento de 21 dos elementos que acompanharam sempre o trajecto de um clube singular, e se preparavam para fazer parte de uma festa que, se concretizada, haveria de encher de orgulho todo o Brasil.
Por agora é o tempo de os 210 mil chapecoenses chorarem os seus entes queridos, com a certeza de que com eles estão todos aqueles que no mundo inteiro adoram o futebol que ao longo rol de desastres aéreos, vê agora juntar-se a catástrofe de Medelin.
Oxalá, quando secarem as lágrimas, o Chapecoense seja capaz de encontrar forças para se reerguer e dar a todos o exemplo de tenacidade e de força que agora parece tão difícil de levar por diante.