28 nov, 2016
Em 2002, J. M. Le Pen, fundador e então líder da Frente Nacional (FN), de extrema-direita, chegou à segunda volta das eleições presidenciais franceses. Nessa altura direita e esquerda uniram-se em torno de Chirac, de direita, o outro candidato mais votado na primeira volta, para impedirem Le Pen de ser Presidente (que em França chefia o governo).
Agora, lidera a FN a filha Marine, em conflito com o pai. Ela conseguiu tornar a FN menos agressiva e brutal, o que lhe dá mais votos. Marine irá certamente à segunda volta das eleições de 2017, contra a UE e contra a imigração. Quem lhe irá fazer frente?
Provavelmente ninguém do PS francês, incluindo o ex-ministro da Economia de Hollande, o centrista Macron, que concorre como independente. François Bayrou, outro independente, de centro-direita, irá provavelmente candidatar-se, como já o fez nos passado, sendo improvável que desta vez tenha mais sucesso. Daí a importância das primárias da direita, ontem ganhas por larga maioria por F. Fillon, um político ao qual há um mês ninguém previa um tal resultado.
Resta saber o que farão os eleitores de esquerda se Fillon, um homem de direita, mas não populista, defrontar Marine Le Pen na segunda volta das presidenciais. Repetir-se-á o que aconteceu com Chirac há 14 anos?