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Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
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​A poluição mata

24 nov, 2016 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


Dados como estes são praticamente consensuais entre os cientistas. Mas há quem não lhes dê qualquer importância.

A associação ambiental Zero alertou para que a poluição atmosférica aumentou em Portugal no ano passado. Há quem não dê importância a estes problemas ecológicos. Mas a Agência Europeia do Ambiente informa que a poluição do ar mata 467 mil pessoas por ano na Europa, 6.700 das quais em Portugal.

Há cidades chinesas e algumas indianas onde é necessário circular com uma máscara na cara, tão intensa é a poluição. Aí a mortandade é certamente ainda mais alta. E a poluição faz também sérios estragos em zonas pobríssimas de África, destruindo culturas que são a fonte da alimentação das populações.

Dados como estes são praticamente consensuais entre os cientistas. Mas há quem não lhes dê qualquer importância.

Essa atitude revela um chocante desprezo pela justiça. Justiça em relação aos que, hoje, morrem, ficam doentes ou passam fome por causa dos efeitos das alterações climáticas. E justiça face às futuras gerações, a quem nos arriscamos legar um mundo onde se tornará penoso viver – ou sobreviver. Crentes e não crentes deveriam ler a notável encíclica Laudato si do Papa Francisco.

Comentários
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  • Bento Fidalgo
    24 nov, 2016 Agualva 23:49
    Concordo plenamente mas, o dinheiro é que manda, embora me pareça que as curtas vistas de quem investe, não deixe ver que as novas energias renováveis serão certamente o grande negócio do futuro. Agora acho que devemos decidir por nós investir na posição que devemos assumir, não só neste caso como noutros. Não temos que pensar na poluição dos outros, nas dívidas dos outros, no modo de vida dos outros, na corrupção dos outros, na falta de transparência, nas desigualdades dos outros para desculpar a nossa inércia para não resolvermos os nossos próprios problemas.
  • Vasco
    24 nov, 2016 Santarém 22:15
    Pior ainda do que a quantidade de pessoas que a poluição mata é a própria morte do planeta que se acelera a olhos vistos perante a quase indiferença dos responsáveis mundiais muito mais interessados em negócios obscuros e guerras para venda de armas e munições, portanto a humanidade está a abrir a cova onde se há-de enterrar e o final não estará assim tão distante como muitos pensarão.
  • Justus
    24 nov, 2016 Espinho 14:35
    Sarsfield Cabral fala sempre de generalidades, daquilo que todos nós já sabemos há muitos e muitos anos. Nunca fala em concreto disto ou daquilo, não tem opinião sobre nada e, pior que isso, não se quer comprometer com nada. Assim, o melhor é estar calado, porque aquilo que escreve é o que o comum dos mortais está cheio de saber. Porque não escreve, por exemplo, sobre as empresas portuguesas que mais poluem? Artigo de opinião o que escreve? Não, de forma alguma. Apenas repescagem de ideias que nada trazem de novo.
  • Miguel Botelho
    24 nov, 2016 Lisboa 08:14
    Eis que o professor «Pardal» toma a bandeira contra a poluição, esquecendo-se do «Fracking» propagado pelo amigo americano Obama, «fracking» esse que contribui para o aquecimento global e para ainda mais poluição atmosférica. O professor «Pardal» não menciona quem ajuda a criar a poluição neste país. Menciona umas cidades chinesas e outras indianas, para a acabar na encíclica papal. A enorme preocupação do professor «Pardal» sobre esta matéria deu num artigo que em nada ajuda a melhorar o problema.
  • António Costa
    24 nov, 2016 Cacém 07:22
    Se existem "...cidades,,,,onde é necessário circular com uma máscara na cara, tão intensa é a poluição", palavras para quê? Verdade à "La Palisse".