21 nov, 2016
Como é habitual, o Conselho das Finanças Públicas, presidido por Teodora Cardoso, veio alertar para pontos importantes suscitados pela proposta orçamental para 2017, pontos que em regra se perdem no debate político-partidário.
Diz o conselho que naquela proposta falta um enquadramento a médio prazo das despesas públicas, continuando a predominar uma visão de curto prazo.
Mais de dois terços das novas medidas definidas naquele documento “apenas neutraliza o impacto líquido sobre o saldo de medidas aprovadas” em 2016. E a redução do défice prevista para 2017 “decorre maioritariamente do impacto favorável de medidas de natureza temporária e de ganhos financeiros”, além de que o cenário macroeconómico tem, na situação actual, um enorme grau de incerteza.
Acrescento eu que a própria “geringonça”, exigindo uma permanente negociação entre o governo socialista e os seus apoiantes parlamentares, PCP e BE, dificulta políticas económicas de longo prazo. Para além, claro, de generalidades sem grande conteúdo prático.