14 out, 2016
Há uma forma de austeridade que não se resume a mais ou menos impostos ou à maior ou menor reposição de salários e pensões. Trata-se da perda de eficácia de várias entidades públicas, que assim servem pior as pessoas.
Alguns exemplos: há dias um conjunto de personalidades da área da saúde apelou ao Presidente da República no sentido de impulsionar um plano nacional de emergência para impedir o colapso do Serviço Nacional de Saúde. Nas escolas sucedem-se os problemas de falta de pessoal. Os transportes colectivos de Lisboa (Carris e Metro) nunca funcionaram tão mal. Etc.
Estes problemas acontecem porque o Governo tem que cortar despesa pública para cumprir as metas orçamentais exigidas por Bruxelas. Como não houve reformas no sector público, incluindo nas empresas do Estado, e as poucas que o Governo anterior fez foram revertidas (privatização dos transportes colectivos de Lisboa e Porto), os cortes na despesa prejudicam o normal funcionamento dos serviços.
Quem perde é a qualidade de vida dos cidadãos, sobretudo a daqueles que não dispõem de meios para recorrerem ao sector privado.