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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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​Descer à Terra

13 out, 2016 • Opinião de Ribeiro Cristovão


O Sporting anunciou o prejuízo da sua SAD relativo ao exercício de 2015/2016 no montante de 32 milhões de euros. Agora, o Porto revela números bem superiores a atingirem 58,4 milhões de euros de prejuizos.

Já fora anunciado por diversas vezes e ao longo de vários anos: os clubes portugueses, concretizando, os principais clubes portugueses, andavam a viver nas nuvens, muito acima das suas capacidades, usando-se com frequência a expressão “ falência técnica” para melhor fazer entender a sua situação.

No entanto, este foi um assunto tratado sempre pela rama.

Os próprios dirigentes iam sabendo transmitir a ideia de que, mais importante do que a situação financeira, eram os resultados. E isso bastava para que os adeptos fizessem prolongados silêncios, inclusive em muitas assembleias gerais.

Falava-se por vezes em fair-play financeiro, uma questão a que apenas alguns responsáveis davam a importância devida, mas sem curar de iniciar práticas que pudessem ajudar a encontrar soluções de médio prazo. Pelo contrário, as tabelas salarias continuaram a subir exponencialmente, sem critérios que ajudassem a compreendê-las com exactidão.

Conheceram-se agora resultados que merecem reflexão.

O Sporting Clube de Portugal já anunciara, há poucos dias, o prejuízo da sua SAD relativo ao exercício de 2015/2016 no montante de 32 milhões de euros; seguiu-se ontem o Futebol Clube do Porto com números bem superiores a atingirem 58,4 milhões de euros.

A estes números assustadores corresponderam poucos sucessos no futebol.

Enquanto os dragões ficaram em branco, os leões não foram além de uma Taça de Portugal e uma Supertaça. Ou seja, muito pouco para tão elevados investimentos.

Por outro lado, enquanto os portistas anunciavam ontem, sem subterfúgios, o propósito de reduzir salários, do lado dos leões, como tem sido divulgado, esses encargos terão duplicado no exercício que decorre.

Veremos o que se vai passar a seguir, com a certeza de que o futebol português não comporta encargos desmesurados, e a UEFA mantém-se muito atenta.

Descer à terra, parece ser nestes tempos, a palavra de ordem.

Comentários
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  • Henrique Vila Forte
    13 out, 2016 Algés 16:04
    Sr.RC: Esqueceu-se do Benfica, e o que esse senhor, sem identificação, escreveu em baixo, não é o que sabe ou o que de facto existe, é aquilo que ele deseja e gostaria que fosse. Veja as contas do Benfica, consolidadas e há muitos anos, e direi como ontem dizia um colega seu numa estação de TV , Sr.RC, um clube que tem de volume de receitas quase 250 milhões de Euros, "está confortável" com o passivo que tem. Aprendam a ler as contas com o volume de actividades realizado (só receitas dos sócios parece que foram 15 milhões, enalteçam isso!) e vejam que o Benfica, pelo que li gastou 20 milhões em despesas financeiras (a chamada função financeira), agora vejam, se lhes tivessem perdoado também metade da dívida, como a alguns eram mais 10 milhões de lucros líquidos. Valeu? Fale dessas coisas do Benfica sr.RC e se não souber peça a quem sabe. Tudo o que digo não quer dizer que a vida seja fácil, mas com o Presidente Luís Filipe Vieira ao leme tudo vai bem encaminhado. Foi por estas razões que o sr.RC não falou do Benfica? Com todo o respeito e consideração que tenho por si, sr.RC, os meus melhores cumprimentos, Henrique Vila Forte
  • 13 out, 2016 11:33
    O FCP apresentou 58,4 ME e o SCP apresentou 32ME de prejuízo até 30 Junho 2016. Tenho dois comentáros a fazer: 1º - No cso do SCP este prejuízo ficará anulado com a entrada das vendas (Slimani e João Mário) e tudo lava a crer que a situação financeira melhorou bastante nos últimos 2 anos; 2.º - E o SLB? Não tem prejuízo? Só porque apresentou as contas de modo diferente? A menos que esteja a considerar que não faz parte dos "principais clubes portugueses". Parece-me que ainda vamos ficar espantados quando se souber a sua real situação financeira, que é bem pior do que as dos outros