13 out, 2016
Já fora anunciado por diversas vezes e ao longo de vários anos: os clubes portugueses, concretizando, os principais clubes portugueses, andavam a viver nas nuvens, muito acima das suas capacidades, usando-se com frequência a expressão “ falência técnica” para melhor fazer entender a sua situação.
No entanto, este foi um assunto tratado sempre pela rama.
Os próprios dirigentes iam sabendo transmitir a ideia de que, mais importante do que a situação financeira, eram os resultados. E isso bastava para que os adeptos fizessem prolongados silêncios, inclusive em muitas assembleias gerais.
Falava-se por vezes em fair-play financeiro, uma questão a que apenas alguns responsáveis davam a importância devida, mas sem curar de iniciar práticas que pudessem ajudar a encontrar soluções de médio prazo. Pelo contrário, as tabelas salarias continuaram a subir exponencialmente, sem critérios que ajudassem a compreendê-las com exactidão.
Conheceram-se agora resultados que merecem reflexão.
O Sporting Clube de Portugal já anunciara, há poucos dias, o prejuízo da sua SAD relativo ao exercício de 2015/2016 no montante de 32 milhões de euros; seguiu-se ontem o Futebol Clube do Porto com números bem superiores a atingirem 58,4 milhões de euros.
A estes números assustadores corresponderam poucos sucessos no futebol.
Enquanto os dragões ficaram em branco, os leões não foram além de uma Taça de Portugal e uma Supertaça. Ou seja, muito pouco para tão elevados investimentos.
Por outro lado, enquanto os portistas anunciavam ontem, sem subterfúgios, o propósito de reduzir salários, do lado dos leões, como tem sido divulgado, esses encargos terão duplicado no exercício que decorre.
Veremos o que se vai passar a seguir, com a certeza de que o futebol português não comporta encargos desmesurados, e a UEFA mantém-se muito atenta.
Descer à terra, parece ser nestes tempos, a palavra de ordem.