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Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
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​Descansa em paz, velho capitão

04 out, 2016 • Opinião de Ribeiro Cristovão


A última noite começou com a triste notícia do desaparecimento de uma das figuras mais emblemáticas do futebol português, o velho capitão Mário Wilson.

Mesmo sabendo-se que o seu estado de saúde inspirava alguns cuidados há algum tempo, a morte do homem de referência como ele foi sempre, deixa mais pobre o futebol e, de um modo geral, todo o desporto nacional.

Mário Wilson completaria 87 anos no próximo dia 17 de Outubro.

Nasceu na antiga Lourenço Marques e veio cedo para Portugal, com vinte anos, com a difícil incumbência de substituir Fernando Peyroteo, outro ultramarino, no comando do ataque do Sporting. Manter-se-ia dois anos em Alvalade, o tempo suficiente para se sagrar por uma vez campeão nacional.

Depois rumou a Coimbra, onde se tornou figura incontornável da Académica, que representou durante doze anos e onde viria a terminar o seu tempo enquanto jogador.

Decidiu-se depois por enveredar pela carreira de treinador, tendo sido ao serviço do Benfica que conquistou os principais títulos: um campeonato e duas taças de Portugal.

No seu longo peregrinar por diversos clubes portugueses, passou ainda pela Académica, Belenenses, Vitória de Guimarães, Boavista, Estoril-Praia e Olhanense, entre vários outros, tendo em todos eles deixado um rasto de grande competência e enorme afabilidade.

Comandou equipas da divisão principal durante 548 jogos, marca que reflete o desejo expresso por muitos dirigentes de o verem à frente das suas equipas.

Foi ainda seleccionador nacional na fase de apuramento para o Campeonato da Europa de 1980.

Mário Wilson era um bom. Tão bom que deixa saudades em todos nós, mesmo aqueles que com ele privaram de forma menos intensa.

E o futebol português fica a dever-lhe grandes serviços e sobretudo muitos anos de dedicação.

Que descanse em paz!

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