Emissão Renascença | Ouvir Online
Francisco Sarsfield Cabral
Opinião de Francisco Sarsfield Cabral
A+ / A-

A ilusão de um segundo resgate

27 set, 2016 • Opinião de Francisco Sarsfield Cabral


A meta do défice deverá ser cumprida este ano. O pior é depois.

Voltou a falar-se num possível segundo resgate financeiro a Portugal. A receita da “geringonça” – promover o crescimento económico dinamizando o consumo – manifestamente não resulta. E com a economia quase estagnada, a prazo não haverá finanças públicas que resistam.

Mas não será já: invertendo a sua posição face à “troika” e à coligação PSD/CDS, a prioridade do governo de António Costa é colocar o défice orçamental abaixo dos 3% do PIB, sacrificando o que for preciso.

Por isso em 2016 não creio que o governo falhe a meta desse défice. O problema será depois. Ora é uma ilusão perigosa pensar que, de novo à beira da bancarrota, o Estado português seria outra vez ajudado com um empréstimo, como aconteceu em 2011.

Nessa altura, a Alemanha de Merkel demorou eternidades até concretizar o primeiro resgate à Grécia. Com eleições gerais daqui a um ano e em perda de popularidade por causa dos refugiados, não se vislumbram condições para que Merkel embarque num segundo resgate a Portugal ou a outro país. E as eleições presidenciais em França em 2017, com Marine Le Pen candidata de peso, nada facilitam uma iniciativa dessas.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • viva o xuxialismo!
    27 set, 2016 Santarém 23:43
    A solução vai sendo como o que está a acontecer a subida de mais impostos, o problema é a asfixia que vamos sentindo e o país menos produtivo menos riqueza gerará e a dívida essa aumentará.
  • Justus
    27 set, 2016 Espinho 12:24
    Em férias estaria melhor! Este escriba só sabe falar de resgate e mais resgate, bem sabendo que isso não acontecerá. Mas o que lhe interessa é lançar poeira, inventar dificuldades, insistir nas mentiras. O seu ego fica todo satisfeito com as invenções que engendra. Até aqui escrevia que nunca o governo controlaria o défice, porque só sabia gastar. Agora até criticam o governo por não gastar, por controlar em demasia as despesas. Pobre escriba, ressabiado e invejoso que já nem vê os números à sua frente. O melhor é ir de férias outra vez.
  • luis fonseca
    27 set, 2016 lisboa 11:48
    Para qualquer dito "progressista"há mais vida para além da TROIKA, claro desde que ele viva à custa do Contribuinte A criação de riqueza,para distribuir,não é problema seu.. A restante Sociedade que crie a riqueza para tal. O nosso HERÓI tem de viver,claro,com a maior dignidade e bem estar,mesmo que seja´`a custa de outros !!
  • JoseNovais
    27 set, 2016 Santarém 10:47
    Sr. Cabral que bem que se esteve por aqui durante as anteriores 3 semanas (aprox)! Informação isenta e de valor, comentadores e comentários com "conteúdo", opiniões sem fanatismos, etc. Sugeria-lhe, se me é permitido, trocar a sua foto de perfil: está com a cabeça muito pequena relativamente ao resto do corpo visível (tronco e membros superiores). Parece não caber nada lá dentro!
  • Albertina Sarmento
    27 set, 2016 Anadia 10:36
    Os intervalos da desgraça! Aquando da tomada de posse do governo eram quinze dias até a "geringonça" cair; com o avançar do tempo passou para meio ano; depois para um ano (o tempo que duraria do OE2016); neste momento já vai ser apenas em 2017!! Nada mau! contra a expectativa de alguns "velhos do Restelo", bateu recordes de durabilidade e não se perspectiva que o sr cabral tenha razão relativamente a 2017, ano que já se fala num deficit abaixo dos 2%... ou mesmo próximo de 1,5%! Realmente há pseudo-caçadores que não acertam um tiro, mais valia trocarem de profissão.... mas o que fazer? Sempre viveram da má língua e da calhandrice! Nada mais sabem fazer!!!
  • Makiavel
    27 set, 2016 Cascais 09:54
    O pior vem sempre depois... Primeiro era o OE2016 que não passava na Europa... passou, mas o pior virá depois, diziam. Depois vinham as exigências da EU para baixar o défice estrutural (esse cálice sagrado metafísico da economia)... não vieram, mas o pior virá depois. Mais tarde era a DBRS que ia baixar o rating da dívida portuguesa... não baixou, mas o pior virá depois. A meta do défice para 2016 tem fortes probabilidades de vir a ser atingido, mas o pior é depois, dizem. A ilusão do segundo resgate mora, desde que foram apeados do poder, nas cabecinhas da direitralha portuguesa.
  • Ribeiro
    27 set, 2016 Ovar 07:15
    Francamente, como viram que em 2016 tudo vai correr bem afinal o diabo só vai vir em 2017...não aprendem mesmo.