15 set, 2016
Podia ter sido uma noite perfeita.
O futebol português podia ter saído a amealhar fartos proveitos numa altura em que se torna cada vez mais intensa a luta que travamos com os russos para conseguir manter o estatuto actual, ou seja, três equipas na Liga dos Campeões, duas delas com entrada directa.
O futebol é, no entanto, feito de imponderáveis. E mais vezes de que seria de desejar.
Como aconteceu ontem à noite em Madrid e no Porto, onde duas equipas portuguesas estiveram à beira de cantar hossanas, mas acabaram carpindo no muro das lamentações.
Noite espectacular foi protagonizada pelo Sporting. Uma exibição soberba em Chamartin e um domínio prevalecente durante largos minutos podiam ter deixado o Real Madrid estendido no tapete.
Só que os jogos têm noventa minutos, ou mais um pouquinho, como aconteceu, e num breve espaço de cinco minutos a festa que já se ensaiava acabou por ficar estragada.
Fica, porém, a manifestação de classe dos leões, dos quais sobressaiu, como senhor da juba maior, Gelson Martins, a classe transformada em jogador de futebol, aquele que deu mais substância à ideia de que o Sporting foi o melhor em campo e merecia outro resultado.
O Futebol Clube do Porto pareceu, por seu lado, querer até começar mais cedo a festa, adiantando-se no marcador.
Só que o défice atacante da equipa nortenha não deu para consolidar essa vantagem, contribuindo até para a reviravolta conseguida por uma equipa que nem sequer parece ter condição para estar na Liga dos Campeões.
Apesar de dado este primeiro passo em falso (o Benfica já iniciara esta série negativa também com muitas culpas próprias) ficou a ideia de que todos podem fazer mais e, nalguns casos, sobretudo melhor.