Emissão Renascença | Ouvir Online
Ribeiro Cristovão
Opinião de Ribeiro Cristovão
A+ / A-

Festas estragadas

15 set, 2016 • Opinião de Ribeiro Cristovão


O futebol é feito de imponderáveis. E mais vezes de que seria de desejar.

Podia ter sido uma noite perfeita.

O futebol português podia ter saído a amealhar fartos proveitos numa altura em que se torna cada vez mais intensa a luta que travamos com os russos para conseguir manter o estatuto actual, ou seja, três equipas na Liga dos Campeões, duas delas com entrada directa.

O futebol é, no entanto, feito de imponderáveis. E mais vezes de que seria de desejar.

Como aconteceu ontem à noite em Madrid e no Porto, onde duas equipas portuguesas estiveram à beira de cantar hossanas, mas acabaram carpindo no muro das lamentações.

Noite espectacular foi protagonizada pelo Sporting. Uma exibição soberba em Chamartin e um domínio prevalecente durante largos minutos podiam ter deixado o Real Madrid estendido no tapete.

Só que os jogos têm noventa minutos, ou mais um pouquinho, como aconteceu, e num breve espaço de cinco minutos a festa que já se ensaiava acabou por ficar estragada.

Fica, porém, a manifestação de classe dos leões, dos quais sobressaiu, como senhor da juba maior, Gelson Martins, a classe transformada em jogador de futebol, aquele que deu mais substância à ideia de que o Sporting foi o melhor em campo e merecia outro resultado.

O Futebol Clube do Porto pareceu, por seu lado, querer até começar mais cedo a festa, adiantando-se no marcador.

Só que o défice atacante da equipa nortenha não deu para consolidar essa vantagem, contribuindo até para a reviravolta conseguida por uma equipa que nem sequer parece ter condição para estar na Liga dos Campeões.

Apesar de dado este primeiro passo em falso (o Benfica já iniciara esta série negativa também com muitas culpas próprias) ficou a ideia de que todos podem fazer mais e, nalguns casos, sobretudo melhor.

Comentários
Tem 1500 caracteres disponíveis
Todos os campos são de preenchimento obrigatório.

Termos e Condições Todos os comentários são mediados, pelo que a sua publicação pode demorar algum tempo. Os comentários enviados devem cumprir os critérios de publicação estabelecidos pela direcção de Informação da Renascença: não violar os princípios fundamentais dos Direitos do Homem; não ofender o bom nome de terceiros; não conter acusações sobre a vida privada de terceiros; não conter linguagem imprópria. Os comentários que desrespeitarem estes pontos não serão publicados.

  • carmom
    15 set, 2016 FAMALICÃO 18:27
    Gostava de ver RC falar na falta que faz ao Porto não ter um capitão a altura do clube.Herrera pode ser um homem correcto mas não tem perfil para o lugar.Verificando-se as últimas exibições nem lugar na equipe deveria ter.
  • CIDADAO
    15 set, 2016 LISBOA 14:57
    No futebol não há justiça ou injustiça; há golos. E se esses golos não tiveram participação alheia ao jogo, o resultado é que conta. Para ser exacto, se o árbitro ou o seus auxiliares falham, sem intenção deliberada, errar é humano. Se um defesa falha e, devido a essa falha, o adversário marca um golo, errar é humano. Se um avançado falha e não marca um golo quase feito, errar é humano. Neste jogo concreto, o Sporting marcou primeiro, foi uma equipa coesa, trocando a bola sem nervosismos, mas (há sempre um mas) o Real marcou dois golos. Justos? A bola entrou no livre de Ronaldo, a bola entrou na cabeçada de Morata. Fizerem falta ao executarem os dois lances que deram origem aos dois golos? Não! Que mais se pode dizer? Rui Patrício ainda tocou nas duas bolas que ressaltaram no poste pra dentro da baliza. Azar de uns, sorte de outros. O que conta: Real Madrid 2-1 Sporting. Pra finalizar, situações como esta (e este jogo não era uma final) existem e podem ser bem dolorosas. Lembro uma: na final da Liga dos Campeões entre Bayern de Munique e Manchester United, aos 90 minutos de jogo, os bávaros venciam os ingleses por 1-0. Foi dado plo árbitro 2 minutos ou 3 de descontos. Resultado final: Bayern Munique 1-2 Mancester United.